87 empresas mundiais comprometem-se com um futuro de 1.5ºC na Cimeira da Ação Climática

Planos ambiciosos foram anunciados para limitar o aquecimento global

87 empresas mundiais com um valor combinado de 2.3 biliões de dólares e emissões anuais diretas equivalentes a 73 centrais elétricas a carvão anunciaram medidas para evitar os piores impactos das alterações climáticas. No conjunto das empresas incluem-se a portuguesa EDP – Energias de Portugal. O seu compromisso de alcançar a neutralidade carbónica até 2050 aplica-se ao nível das operações, fábricas e também cadeias de valor.

No total, as empresas representam mais de 4.2 milhões de funcionários de 28 setores de atividade e estão sediadas em 27 países.

Nas palavras do secretário-geral da ONU, António Guterres, “é encorajador ver não só muitos pioneiros no setor privado a alinharem-se com a sociedade civil, mas também ver governos ambiciosos a intensificar os seus esforços para um futuro de 1,5° C”. “Agora precisamos de muitas mais empresas a aderir ao movimento para enviarmos um sinal claro de que os mercados estão a mudar”, reforçou António Guterres.

Este anúncio surge como resposta ao pedido dos altos funcionários da ONU para uma maior ação no campo das alterações climáticas. Em julho deste ano, 28 empresas já se tinham comprometido a limitar o aquecimento global a 1.5ºC e este número triplica pouco antes do início da Cimeira da Ação Climática, que tem lugar esta segunda-feira em Nova Iorque.

A essas 28 empresas juntam-se agora a ADEC Innovations; América Móvil; ASICS Corporation; Atlassian Corporation; Bharti Airtel Limited; Burberry; City Developments Limited; The Co-operative Group; Croda International; Cybercom Group; Danone; Deutsche Telekom; Dexus; EDP – Energias de Portugal; Electrolux; Elopak; En+ Group; Ericsson Group; Firmenich; Glovo; Grupo Malwee; Guess; Ingka Group; Inter IKEA Group; International Flavors & Fragrances; Intuit; Klabin; L’Oréal; MARUI GROUP; Nestlé; Nokia; Novo Nordisk; NRG Energy; Orange Group; Ørsted; PensionDanmark; Reliance Jio Infocomm Limited; Saint-Gobain; Salesforce.com; Scania; Schneider Electric; Seventh Generation; SkyPower; Sodexo; SUEZ; Swiss Reinsurance; TDC; Viña Concha y Toro, Wipro, entre outras.

Das 87 empresas, as seguintes já aplicaram metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa alinhadas com o objetivo de 1.5ºC: AstraZeneca, BT, Burberry Limited, Deutsche Telekom AG, Dexus, Elopak, Hewlett Packard Enterprise, Intuit, Levi Strauss & Co., SAP, Schneider Electric, Signify, Sodexo, The Co-operative Group e Unilever.

À medida que a economia global se adapta para alcançar a neutralidade carbónica em 2050, as empresas que alinhem as suas estratégias com o combate às alterações climáticas estarão melhor posicionadas para crescer e ter sucesso.

Com a aplicação dos objetivos climáticos, as empresas ganharão vantagens competitivas que irão impulsionar a inovação e aumentar a reputação da marca, a confiança dos investidores e a resiliência face a mudanças regulatórias futuras.

O compromisso destas empresas é um sinal de que a transição de uma economia cinzenta para uma economia verde já está a acontecer. As empresas não podem atuar sozinhas e é importante que este compromisso seja reforçado por políticas ambientais promovidas pelos governos de forma a impulsionar a transição energética para um futuro de energias renováveis.

23 de setembro de 2019


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