Acordo de cessar-fogo em Hodeida marca fecho de consulta política sobre Iêmen

O secretário-geral das Nações Unidas disse esta quinta-feira que as partes em conflito do Iêmen concordaram num cessar-fogo em Hodeida e na retirada de suas forças da cidade portuária.

Falando no encerramento da semana de consultas políticas em Estocolmo, na Suécia, António Guterres disse que o próximo encontro entre as partes está previsto para o final de janeiro.

ONU assumirá um papel de liderança para facilitar o acesso humanitário e o fluxo de mercadorias aos civis. Foto: Unicef/Ahmed Abdulhaleem

Mercadorias

As Nações Unidas e a Suécia apoiam o diálogo, que segundo o chefe da organização deverá decidir a saída das forças do porto de Hodeida. O representante disse que a ONU assumirá um papel de liderança no porto, o qual deverá facilitar o acesso humanitário, o fluxo de mercadorias aos civis e melhorar as condições de vida de milhões de iemenitas.

Guterres afirmou que as partes envolvidas também chegaram a um entendimento para aliviar a situação da cidade de Taiz, a norte. A expectativa é que esse acordo leve à abertura de corredores humanitários e à facilitação da desminagem” na terceira maior área urbana do Iêmen”.

Para o secretário-geral, os acordos anunciados esta quinta-feira “significam muito, não só para o povo iemenita, mas para a humanidade, se isso tiver for um ponto de partida para a paz e para acabar com a crise humanitária no Iêmen”.

Iêmen enfrenta a pior crise humanitária do mundo que deixou mais de 24 milhões de pessoas sem assistência e proteção. Foto: Ocha/Giles Clarke

Troca

O chefe da ONU lembrou que antes das partes chegarem aos encontros desta semana já haviam concordado em trocar prisioneiros. As reuniões de Genebra ficam marcadas pelo acordo sobre o calendário e os detalhes para implementar essa troca que vai permitir que “milhares de iemenitas se reúnam com suas famílias”.

Guterres disse que o facto de as partes terem concordado em participar na próxima reunião é um passo muito importante. A sessão deve discutir o quadro negocial que para o secretário-geral é “um elemento crítico de qualquer futuro acordo político para acabar com o conflito”.

O Iêmen enfrenta a pior crise humanitária do mundo que deixou mais de 24 milhões de pessoas, ou três quartos da população, sem assistência e proteção.

Insegurança

As Nações Unidas calculam ainda que cerca de 20 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar, sendo que metade delas não sabem como será a próxima refeição.

Guterres declarou que os representantes iemenitas podem mudar essa situação e que têm o país em suas mãos. Ele assinalou ainda que as consultas políticas são uma oportunidade preciosa e expressou satisfação com os “progressos reais” alcançados na Suécia.

As sessões foram acompanhadas ministra das Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallström, e pelo enviado especial do secretário-geral para o Iêmen, Martin Grifffiths.

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