235 milhões de pessoas vão necessitar de assistência humanitária em 2021 

 

As Nações Unidas estimam que, em 2021, 235 milhões de pessoas em todo o mundo irão necessitar de assistência humanitária, mais 40% do que em 2020. Um aumento que se deve quase na totalidade à pandemia da covid-19.  

A Organização apresentou esta terça-feira o Global Humanitarian Overview, que estima serem necessários 35 mil milhões de dólares para conseguir atender as necessidades humanitárias de 160 milhões de pessoas, em 56 países.  

Elaborado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), este documento constitui o maior apelo humanitário do mundo para combater a fome, as doenças, a violência de género e a crise económica.  

Foto: OCHA

O relatório alerta que em 2020, a pobreza extrema aumentou pela primeira vez desde 1998, sendo que a recessão económica mundial está a ameaçar o desenvolvimento socioeconómico em todas as regiões do mundo. 

 Ameaças  

No final de 2021, até 150 milhões de pessoas poderão cair na pobreza extrema devido à covid-19, elevando o número de pessoas extremamente pobres para 736 milhões, ou seja, 9,4% da população mundial. Este número compara com os 586 milhões que se encontravam nesta situação antes da pandemia.  

Também o desemprego está a aumentar dramaticamente em todo o mundo. O relatório estima que se perderam 495 milhões de empregos no segundo trimestre de 2020. Por outro lado, o encerramento de escolas afetou 9 em cada dez alunos em todo o mundo, ou seja, 1.600 milhões de crianças e jovens.  Já a nível económico, a pandemia poderá gerar uma perda de rendimento que ascende aos 10 biliões de dólares. 

Foto: OCHA

Na sua intervenção durante o lançamento deste relatório, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou para que sejam mobilizados os recursos e que haja solidariedade para com as pessoas que mais necessitam.  

O relatório evidencia ainda que no final do ano passado, havia pelo menos 51 milhões de pessoas deslocadas internamente em todo o mundo, quase 46 milhões das quais como resultado de conflitos violentos e mais de 5 milhões como resultado de desastre naturais. De acordo com o OCHA, este é o maior número de deslocados internamente alguma vez registado.  

Por outro lado, o número de refugiados mais do que duplicou de 10 milhões em 2010 para mais de 20 milhões em 2019, com os  países em desenvolvimento a receberem 85 por cento de todos os refugiados. 

Poderá consultar o Global Humanitarian Overview na íntegra aqui 

 

 

 


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