As perturbações no mercado mundial de energia estão a afetar governos e pessoas

À medida que o mundo se esforça por dar resposta a uma crise no custo de vida, espoletada pela guerra na Ucrânia, o último relatório do Grupo Mundial de Resposta à Crise sobre Alimentação, Energia e Finanças, lançado a 3 de agosto, centra-se em formas de abordar a crise energética mundial, fornecendo recomendações políticas específicas para gerir os preços da energia que têm vindo a subir e para colmatar o crescente descontentamento social. 

Todos os países estão a ser afetados pela crise energética, com um aumento substancial de preços e uma grande volatilidade nos combustíveis fósseis. Este aumento de preços pode fazer com que vários países em desenvolvimento e cidadãos mais vulneráveis não consigam dar resposta às suas necessidades. Assim, os governos precisam de ser capacitados financeiramente para tomarem decisões eficazes a curto prazo, sem caírem na tentação de aumentarem as emissões para o ambiente e não cumprirem os objetivos climáticos estabelecidos.  

As recomendações deste relatório pretendem ser um balanço entre o que é possível fazer a curto e a longo prazo. Segundo o documento, “quaisquer políticas e medidas de proteção a curto prazo devem ser orientadas para a mitigação da crise em vez de a exacerbar. Aqueles que procuram fornecimento de energia adicional, devem tentar perceber quanto é realmente necessário, por quanto tempo e para onde.” 

O consumo de energias renováveis deve ser priorizado e duplicado, para que seja possível combater a pobreza energética e diversificar a oferta. O secretário-geral da ONU, António Guterres, destaca algumas soluções para esta transição: “acesso equitativo à tecnologia, componentes e matérias-primas das energias renováveis, atribuição de subsídios às energias renováveis em detrimento de combustíveis fósseis e triplicação de investimentos neste setor”.  

O relatório aborda a necessidade de “solidariedade mundial” e defende que “soluções arrojadas” requerem “liderança e visão ousadas”, exortando os líderes a tomarem decisões com impacto nas diversas iniciativas que vão acontecer até ao final do ano. 

Este briefing surge na mesma altura em que o primeiro navio de carga deixa o porto ucraniano de Odessa, a 1 de agosto, para transportar cereais sob o auspício da Iniciativa Grãos do Mar Negro, um acordo assinado pela Ucrânia, Rússia e Turquia, e supervisionada pelas Nações Unidas.  

O Grupo Mundial de Resposta à Crise, composto por vários líderes de agências das Nações Unidas, bancos de desenvolvimento e outras organizações internacionais, foi estabelecido pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para desenvolver soluções coordenadas para os impactos interligados da guerra na Ucrânia. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) lidera e coordena o desenvolvimento dos mandatos do Grupo. 

 


Direito Internacional e Justiça

Entre as maiores conquistas das Nações Unidas está o desenvolvimento de um corpo de leis internacionais, convenções e tratados que promovem o desenvolvimento económico...