Boina-azul de Burquina Fasso no Mali é a policial do ano nas Nações Unidas

A subtenente Alizeta Kabore Kinda, de Burquina Fasso, é a vencedora do Prêmio da ONU para Mulher Policial do Ano. O reconhecimento será entregue durante a terceira Cúpula de Chefes de Polícia das Nações Unidas, que acontecerá na sede da ONU em Nova Iorque nesta semana.

A boina-azul atua como ponto focal de gênero na Missão das Nações Unidas no Mali, Minusma, onde apoia as Forças de Segurança do Mali na região de Menaka a promover e melhorar a compreensão de gênero, proteção infantil e civil, bem como de direitos humanos. 

Focal de gênero

Seguindo seus esforços, mais vítimas de violência sexual e de gênero estão se apresentando para relatar seus casos às autoridades locais e receber cuidados médicos.

Atualmente, são relatados três ou mais agressões por mês, enquanto antes do início de seu trabalho não havia denúncias. Ela também se concentra na expansão do número de meninas nas escolas e na redução dos casamentos precoces.

O subsecretário-geral para Operações de paz, Jean-Pierre Lacroix, declarou que a contribuição da subtenente Kinda é um exemplo “brilhante” de como a participação de mulheres policiais em operações de paz afeta diretamente a sustentabilidade da paz, ajudando a trazer diferentes perspectivas para a mesa e tornando o trabalho mais inclusivo.

Ele adicionou que, por meio de suas ações, a boina-azul demonstra um serviço policial mais representativo e eficiente e bem equipado para atender e proteger o público.

Inspiração

Ao receber a notícia de seu prêmio, Kinda afirmou que espera que seja uma inspiração a mulheres e meninas em todo o mundo a seguir carreiras policiais, “apesar dos estereótipos de gênero frequentemente associados à profissão: que os homens são mais adequados para fazer cumprir as leis e proteger a população”.

O conselheiro de polícia das Nações Unidas, Luis Carrilho, afirmou que a premiada demonstra criatividade e compromisso em atender às necessidades específicas de segurança das comunidades que atende.

Segundo Carrilho, ela e sua equipe estão ajudando a aumentar a confiança entre as autoridades e comunidades locais do Mali, o que torna o trabalho da Polícia das Nações Unidas mais eficaz e as pessoas mais seguras.

A carreira da Subtenente Kinda se concentrou na proteção e promoção dos direitos das mulheres e das crianças, inclusive entre 2013 e 2015, quando foi ponto focal de gênero na Missão da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo, Monusco. 

Em seu país natal, Burquina Fasso, ela desempenhou essas funções no Ministério da Segurança e na Brigada Regional para a Proteção de Mulheres e Crianças.

Na unidade da polícia nacional, ela foi investigadora de violência e exploração sexual.

O prêmio Mulher Policial do Ano das Nações Unidas foi estabelecido em 2011 para reconhecer as contribuições excepcionais para as operações de paz da ONU e para promover o empoderamento das mulheres.
 


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