Colaboração COI/OMS: Da equidade das vacinas aos estilos de vida saudáveis

O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, reuniram-se durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, para discutirem formas de reforçar ainda mais a colaboração entre as suas duas organizações.

A reunião foi marcada para depois da corrida com a Tocha Olímpica do diretor-geral da OMS no dia da Cerimónia de Abertura, em que expressou: “As Olimpíadas são sobre esperança, solidariedade, unidade e paz. Especialmente relevante é a esperança de pôr fim a esta pandemia. Espero que consigamos garantir que pelo menos 70% da população de todos os países do mundo esteja vacinada até meados deste ano, tal como espero que a fase aguda da pandemia já tenha terminado, para que as pessoas se possam voltar a reunir como sempre [o fizeram antes]”.

Durante a reunião, o presidente do COI reafirmou o apoio do comité ao desejo da OMS de atingir a equidade na vacinação a nível mundial: “Foi-nos dado um caminho a seguir com uma vacina segura e eficaz que pode ajudar a salvar vidas preciosas”, disse Bach. “Vamos todos dar as mãos para dar acesso livre e igual à vacina a todas as pessoas em todo o mundo a fim de assumirmos a nossa responsabilidade colectiva de proteger aqueles que são os mais vulneráveis, porque todos neste planeta têm o direito de viver uma vida saudável. Somos mais fortes juntos quando somos solidários e nos preocupamos uns com os outros”.

O COI e a OMS formalizaram a sua colaboração para promover a saúde pública com um Memorando de Entendimento em 1984. A parceria tem crescido desde então, resultando numa série de projetos que promovem o exercício físico regular e estilos de vida saudáveis para todos, aproveitando a perícia da OMS em matérias de emergências sanitárias, na gestão das massas e na avaliação da qualidade da água, que são conhecimentos essenciais no contexto dos Jogos Olímpicos. As duas organizações assinaram um novo Acordo de Cooperação em 2020 para reforçar e expandir estas dimensões.

No Dia Olímpico em Junho de 2020, o COI, a OMS e as Nações Unidas uniram forças contra a pandemia com a ajuda de atletas, formando a parceria “Healthy Together” (em português, Juntos Saudáveis) que foi estabelecida devido à necessidade de uma ação colectiva para reduzir a propagação da covid-19. O COI ajudou a dar vida a esse compromisso no mês passado ao lançar um vídeo que utiliza o poder persuasivo dos atletas para encorajar o público a se vacinar contra o coronavírus. Adicionalmente, mais de 20 atletas olímpicos e paraolímpicos apelaram aos líderes e decisores mundiais para que garantam o acesso livre e equitativo às vacinas contra a covid-19, partilhando amplamente o vídeo nas suas repetivas contas nas redes sociais.

Os peritos da OMS também estiveram envolvidos no desenvolvimento das contramedidas contra a pandemia, que foram aplicadas com sucesso no Verão passado nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, um evento que se tornou um modelo para outros semelhantes que impliquem uma grande escala. A agência mundial de saúde da ONU trabalhou novamente com o COI durante os preparativos para Pequim 2022, no contexto desafiante da variante mais transmissível: a Ómicron.

A pandemia mostrou como o desporto e a atividade física são cruciais para a saúde física e mental de todos nós, por isso o COI tem apelado regularmente aos governos mundiais que incluam a prática de exercício físico nos seus programas de apoio aos cidadãos pós-crise, devido à sua importância nas fases de prevenção e recuperação da covid-19.

O presidente do COI e o diretor-geral da OMS também discutiram uma série de outros projetos mútuos e uma colaboração mais estreita sobre o contributo do desporto para a saúde, que irá acontecer nos futuros Jogos, começando com os de Paris em 2024. Esta colaboração irá abordar questões emergentes, tais como a prevalência de doenças não transmissíveis, que estão frequentemente intimamente ligadas a estilos de vida pouco saudáveis e à falta de atividade física, que, segundo os dados da OMS, matam cerca de 41 milhões de pessoas anualmente e são responsáveis por 71% de todas as mortes a nível mundial.


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