COP24: Portugal quer mais ambição nas metas ambientais

O ministro da Ambiente de Portugal está em Katowice, na Polónia, para participar na Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP24.

João Pedro Matos Fernandes falou com a ONU News para explicar a posição do país nestas negociações.

Ambição

Matos Fernandes explicou ainda que Portugal quer ir mais longe na redução das emissões no futuro. , by UN News/Yasmina Guerda

Portugal está entre os países que subescreveram uma carta à União Europeia a pedir a maior ambição possível na implementação do Acordo de Paris e na definição de novas metas ambientais.

“Em primeiro lugar, a garantia de que o livro de regras se fecha durante estes dias porque independentemente dos graus diferentes de compromissos, independentemente de todos percebermos que há países que estão neste momento em condições privilegiadas, e Portugal é um deles para reduzir as suas emissões, as regras têm de ser iguais para todos, isto é, os mecanismos de transparência, de monitorização e de acompanhamento têm de ser iguais para todos e  estabelecidos de forma única, independentemente do grau de avanço tecnológico que os países já têm neste momento.”

Matos Fernandes explicou ainda que Portugal quer ir mais longe na redução das emissões no futuro.

“Em segundo lugar, porque a Europa lidera este processo desde Paris, e nunca o poderá deixar de o liderar, e por isso, daqui a dois anos a Europa tem de reforçar a sua ambição e não pode, por ser quem vai mais à frente, acomodar-se na repetição das metas que apresentou em Paris. As metas apresentadas daqui a dois anos têm mesmo de ser mais ambiciosas.”

Neutralidade

Há cerca de dois anos na COP de Marraquexe, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, assumiu que o país seria neutro em 2050.

Neste sentido, Portugal apresentou recentemente uma estratégia de longo prazo para alcançar a neutralidade de emissões de carbono até 2050.

João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Transição Energética de Portugal , by Governo de Portugal

“Portugal mostrou que com ambição e com vontade política pode mesmo ser neutro em 2050, reduzindo de seis para um as emissões que hoje existem. Vamos ter de passar de cerca de 70 megatoneladas de CO2 que emitimos hoje para 12 e fazendo aumentar um pouco a capacidade que tem de sumidouro, que em Portugal é quase exclusivamente florestal, passando das 9 megatoneladas que hoje consegue ter de sumidouro de carbono para 12 megatoneladas em 2050.”

O ministro do Ambiente de Portugal lembra que este é um desafio transversal a toda sociedade para o qual todos os setores da economia devem contribuir.

Se tudo correr como planeado, em 2050, 100% da eletricidade será produzida a  partir de fontes renováveis.


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