Entrevista a Denise Costa

“Se há interesse em trabalhar na ONU, deve-se lutar por isso”

Nome: Denise Costa
Formação: Licenciada em Comunicação Social
Carreira: Departamento para as Comunicações Globais da ONU –Unidade de Redes Sociais

 

 

1. Qual foi o seu percurso profissional até entrar na ONU?

Terminei o meu curso de Comunicação Social e Cultural na Católica, em Lisboa, em 2002, e passado uns meses vim para os Estados Unidos. Tinha 26 anos. Na altura vim para Nova Iorque para fazer um estágio para um canal de televisão (que produzia um programa da Sic Noticias, “Mar Português”. Acabei por gostar de viver cá. Foi aí que procurei um visto para continuar em Nova Iorque. Fiquei associada na altura a um restaurante português, propriedade de um tio, e acabei por trabalhar em relações públicas. Consegui o visto através do restaurante e fui trabalhando durante muitos anos. Paralelamente, acabei por fazer contactos em Nova Iorque e estive envolvida num programa da RTP Internacional como jornalista e apresentadora até 2005.

2. O que a levou a concorrer ao Sistema das Nações Unidas?

Entretanto, ao longo destes anos, acabei por conhecer algumas pessoas das Nações Unidas. Eu tive sempre curiosidade em entrar no sistema das Nações Unidas (ONU). Em 2012 abriu uma vaga no departamento de notícias na secção portuguesa. Acabei por concorrer e entrei em setembro de 2012 para o departamento de informação pública, para trabalhar na unidade portuguesa. Comecei como assistente de produção. Havia uma plataforma multimídia que era a radio ONU com notícias e áudios.

3. A Denise gere as redes socias da ONU em língua portuguesa e as redes sociais estão a evoluir muito nestes últimos anos. Isso representa um desafio para comunicar com a audiência portuguesa?

As redes sociais têm evoluído muito nestes últimos tempos e muito depressa. Eu não acho que haja desafios para comunicar com a audiência portuguesa, o desafio é para todas as línguas. Acompanhar esta evolução não é mais difícil para uma língua em particular. É um desafio global. Eu acho que os telemóveis mudaram muito a comunicação de hoje, que é muitomais rápida, muito direta e evolui muito depressa. Há hoje um contato virtual, com imagens e vídeos (mais do que áudios). Imagino que num futuro próximo, as pessoas vão poder ver as notícias segundo as suas preferências. Ou seja, as redes sociais vão ter uma comunicação através de fotografias que têm informações mais ligeiras, e outras redes vão ter informações mais específicas (como instagram e Linkdin hoje em dia). Podemos imaginar categorias de acordo com as preferências.

 

4. Quais são os temas que interessam mais/e menos à audiência portuguesa?

Os temas que mais interessam a audiência estão hoje relacionados ao secretário-geral da Nações Unidas, por ser português. A nossa audiência está sempre mais atenta agora quando se fala no líder da ONU. Os temas que mais interesse suscitam  são as alterações climáticas, os direitos humanos, a saúde, os refugiados e os migrantes.

5. Quais são os conselhos que daria a um jovem licenciado que queira na trabalhar na área da comunicação?

Em relação aos conselhos que daria a um jovem licenciado, começaria por dizer que sou muito apologista que as pessoas não devem desistir dos seus sonhos. Há várias formas de conhecer melhor o trabalho da organização, como por exemplo, lendo a carta das NU. Começar com estágios na ONU é sempre muito interessante. Vários departamentos oferecem estágios a jovens licenciados. Entrar através de um estágio é uma ótima opção.

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