Dia Mundial da Saúde: ONU homenageia quem está na linha da frente

Este ano, o Dia Mundial da Saúde celebra-se num momento muito difícil para todo o mundo.

O secretário-geral da ONU dirigiu a sua mensagem deste dia aos profissionais de saúde – enfermeiras(os), parteiras(os), técnicos, paramédicos, farmacêuticos, médicos, motoristas, profissionais de limpeza, administradores e muitos outros – “que trabalham, dia e noite, para nos manter seguros.”

Numa mensagem vídeo, gravada em Nova Iorque, o líder das Nações Unidas expressou como estamos todos “profundamente gratos” a estes profissionais, “enquanto trabalham sem parar, colocando-se em risco, para combater os impactos desta pandemia.”

De acordo com a Direção-Geral de Saúde (DGS), em Portugal, há 11.730 casos confirmados, sendo que se registaram 311 óbitos e 140 pessoas já recuperaram. Entre os infetados, muitos são profissionais de saúde que estão na frente da batalha no combate a este vírus. Segundo a Ordem dos Médicos de Portugal, 20% das pessoas infetadas são médicos. Por outro lado, a Ordem dos Enfermeiros confirmou que há já mais de 300 enfermeiros infetados no nosso país.

O secretário-geral da ONU lembra que 2020 é o Ano Internacional das(os) Enfermeiras(os) e Parteiras(os), e deixou uma palavra de agradecimento a estes profissionais. Guterres destaca que “as(os) enfermeiras(os) assumem alguns dos maiores encargos com a saúde. Realizam trabalhos difíceis e aguentam longas horas, com risco de lesões, de infeções e da carga de saúde mental que acompanha esse trabalho traumático.”

Para reforçar a capacidade de resposta a esta epidemia, o Governo de Portugal anunciou que vai contratar mais 500 enfermeiros.

O líder da ONU destacou ainda o papel que as(os) parteiras(os) têm ao proporcionar conforto no início da vida. “Durante uma pandemia, o seu trabalho é ainda mais desafiador, pois trazem os nossos recém-nascidos com segurança para este mundo.”

O secretário-geral da ONU termina a sua mensagem dizendo que, nestes tempos “traumáticos”, os profissionais de saúde “deixam-nos orgulhosos e inspiram-nos.”

A Organização Mundial de Saúde alertou esta segunda-feira para a falta de enfermeiros generalizada em todo o mundo. Segundo um relatório da OMS, há um défice de 5,9 milhões de enfermeiros, sendo que as maiores lacunas se registam em África, no sudeste da Ásia, na região leste do Mediterrâneo e em algumas regiões da América Latina.

Um outro dado relevante é que mais de 80% dos enfermeiros de todo o mundo trabalham em países que totalizam apenas metade da população mundial. Para além disso, um em cada oito enfermeiros trabalha num país diferente daquele em que nasceu ou recebeu a sua formação.

O envelhecimento é outro problema que ameaça esta classe profissional. Segundo este relatório, um em cada seis enfermeiros deverá aposentar-se nos próximos 10 anos.

Contas feitas, neste momento, existem menos de 28 milhões de enfermeiros em todo o mundo. Ainda assim, representam mais da metade de todos os profissionais de saúde.

Para o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus,

“os enfermeiros são a espinha dorsal de qualquer sistema de saúde” e, hoje, “muitos encontram-se na linha de frente na batalha contra a Covid-19.”