Dia Mundial de Combate à Hanseníase ressalta necessidade de prevenção

Este 31 de janeiro é o Dia Mundial de Combate à Hanseníase ou lepra. Milhões de pessoas que foram contaminadas pela doença vivem com alguma forma de deficiência.

Em comunicado, o embaixador da Boa Vontade da Organização Mundial da Saúde, OMS, Yohei Sasakawa, contou que embora as manchetes no ano passado tenham sido dominadas pela pandemia da Covid-19, a hanseníase continua contaminando pelo menos 200 mil pessoas todos os anos.

Unicef/Sanjay Acharya

Hanseníase continua contaminando pelo menos 200 mil pessoas todos os anos

Estigmatização

Um dos maiores problemas além das complicações de saúde é a estigmatização e a exclusão social. Em alguns países, leis obsoletas ainda permitem que a doença seja usada como pretexto para pedidos de divórcio e para evitar que as pessoas participem da vida social.
Sasakawa contou que conheceu de perto indivíduos marginalizados por causa da hanseníase. Crianças e mulheres são as mais afetadas pelas consequências socioeconômicas da lepra.

Ele lembra que para vencer a doença é preciso mais que um diagnóstico, os pacientes necessitam de um tratamento imediato. E a sociedade tem de entender que a lepra não pode ser mais motivo de vergonha ou preconceito.

Viver com dignidade

Sistemas de saúde precisam remover barreiras àqueles que buscam cuidados e os pacientes com hanseníase, assim como suas famílias, devem desfrutar dos direitos humanos básicos de viver com dignidade.

Ele descreveu a doença como uma motocicleta, onde a roda dianteira representa a cura e as traseira simboliza o fim da discriminação. 
Apenas quando ambas as rodas estiverem girando ao mesmo tempo, se obterá o avanço em direção a um mundo sem lepra.

A OMS aprovou a Estratégia Global de Combate à Hanseníase para 2021-2030.

ONU/Jean-Marc Ferré

Relatora da ONU para a eliminação da discriminação das pessoas com hanseníase, Alice Cruz

Brasil

A relatora especial para Eliminação da Discriminação das Pessoas com Hanseníase, Alice Cruz, expressou preocupação com a situação dos brasileiros afetados pela doença, após uma vista dela ao Brasil, em 2019.

No final da viagem oficial, ela pediu ao governo para redobrar ações de combate à discriminação de pessoas vivendo com hanseníase. 
Dois anos antes, o Brasil havia registrado 27 mil novos casos de lepra. A relatora notou que muitas crianças afetadas não podiam frequentar a escola.

De acordo com a OMS, o país tem a segunda maior taxa de casos de hanseníase no mundo. A relatora Alice Cruz lembrou que a doença é evitável e curável.


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