Europa: ONU estima crescimento de 4,7% em 2021

Segundo o Relatório sobre a Situação Económica Mundial e Previsões de 2022 das Nações Unidas, o PIB agregado das economias dos Estados-membros da União Europeia cresceu 4,7% no ano passado, prevendo-se que em 2022 o número diminua para 3,9%.

A recuperação económica mundial está dependente de um equilíbrio delicado entre potenciais novas vagas da pandemia da covid-19, desafios persistentes dentro do mercado de trabalho, problemas e quebras das cadeias de abastecimento e pressões inflacionistas que continuam a aumentar. Após uma contração global de 3,4% em 2020 e uma expansão de 5,5% em 2021, a taxa de crescimento mais alta das últimas quatro décadas, a economia mundial deverá crescer 4% em 2022 e 3,5% em 2023.

No entanto, o Relatório sobre a Situação Económica Mundial e Previsões das Nações Unidas destaca o crescimento das desigualdades dentro e entre países, tal como da pobreza, o que que inviabilizará a concretização do primeiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (Erradicação da Pobreza) até 2030.

Relativamente ao continente europeu, as economias dos países desta região cresceram durante 2021, devido à introdução gradual de medidas de contenção da propagação da covid-19, à continuação de políticas macroeconómicas com o objetivo de estimular a economia e à forte recuperação nos principais destinos para a exportação dos produtos produzidos na UE (tais como a China e os Estados Unidos).

UN Photo/Rick Bajornas

Durante a primeira metade de 2021, o desempenho económico da região europeia excedeu as expetativas dos analistas, sendo que o consumo aumentou à medida que as famílias começaram a gastar as poupanças acumuladas durante o ano anterior. Também a reabertura do setor dos serviços e o levantamento das restrições à mobilidade intracomunitária foram estímulos essenciais para a recuperação, especialmente da Grécia, da Itália, e de Espanha cujos setores turísticos representam um peso significativo das suas contas internas.

Não obstante, na segunda metade do ano passado, a região enfrentou contratempos significativos. O setor manufatureiro foi severamente afetado por rupturas nas cadeias de abastecimento, em parte causadas pela escassez de contentores de transporte marítimo e pela limitação das capacidades nos portos asiáticos. A indústria automóvel (de importância crucial para a Alemanha, a maior economia a nível europeu) foi forçada a reduzir a produção de veículos, devido à escassez mundial de semicondutores. Adicionalmente, muitas indústrias e o setor dos serviços confrontaram-se com a escassez de trabalhadores em grande escala.

Mais recentemente, a reintrodução de medidas de contenção à pandemia, devido ao aumento significativo dos números de infetados, está a prejudicar as economias e, em particular, o setor turístico e do lazer. Já a inflação dos preços para os consumidores acelerou acentuadamente na segunda metade de 2021, ultrapassando largamente o objectivo do Banco Central Europeu de a limitar aos 2%. Este aumento é em grande parte explicado pelo aumento dos custos das matérias-primas e da energia e pelas perturbações persistentes dentro das várias cadeias de abastecimento.

A despesa aumentou acentuadamente a dívida pública em vários países europeus, muito além dos limites estabelecidos pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) para os membros da UE, mas é esperado que a consolidação fiscal tenha início em 2022. Relativamente à política monetária, na sequência da promulgação de esquemas maciços de apoio à liquidez, espera-se que os bancos centrais na Europa comecem a normalizar gradualmente a economia e que a compra de activos comece a diminuir já no início de 2022.

O Relatório sobre a Situação Económica Mundial e Previsões de 2022 é o estudo macroeconómico mais importante das Nações Unidas, sendo produzido pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU, em parceria com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento e as cinco comissões regionais das Nações Unidas (Comissão Económica para África, Comissão Económica para a Europa, Comissão Económica para a América Latina e Caraíbas, Comissão Económica e Social para a Ásia e o Pacífico e Comissão Económica e Social para a Ásia Ocidental). A Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas também contribuiu para o relatório.

Para consultar o relatório clique aqui.


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