Guterres cita vulnerabilidade do Paquistão, mas destaca ambição em prol da ação climática

O secretário-geral das Nações Unidas lembrou que o Paquistão está na linha de frente como um dos países mais vulneráveis à mudança climática. Falando este domingo em Islamabade, António Global fez um apelo global urgente “por mais ambição” destacando que o mundo está numa batalha pela vida.

No evento Desenvolvimento Sustentável e Mudança Climática o chefe da ONU saudou a ambição paquistanesa com medidas concretas como a iniciativa que plantou 10 bilhões de árvores. A meta da campanha que terminou em 2018 foi combater o desmatamento, a mudança climática e gerenciar as florestas de forma sustentável.

Responsabilidade

O secretário-geral prometeu continuar com a pressão aos países por ações para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus Celsius “para se alcançar a neutralidade do carbono até 2050”.

Para isso, ele pediu maior ambição a todos na mitigação, na adaptação, na resiliência e nas finanças. Guterres destacou a responsabilidade particular dos “principais países emissores e setores industriais”, de ser um exemplo na ação.

O representante revelou ainda que a expectativa é que haja sucesso na Conferência sobre Mudança Climática, COP26, prevista para este ano em Glasgow, na Escócia.

O chefe da ONU apontou ainda a questão da “solidariedade em ação” mostrada pelo Paquistão abrigando refugiados. O país é o segundo que mais acolhe pessoas que buscam abrigo do mundo e “por décadas esteve em primeira posição”.

Refugiados

Este tema será destaque na conferência desta segunda-feira, que marcará as quatro décadas de apoio do Paquistão aos refugiados afegãos. O evento é organizado pelo Paquistão e pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur.

Guterres agradeceu ao povo e ao governo paquistanêses pelo acolhimento de várias gerações de refugiados afegãos que fugiram de conflitos em seu país.

Neste domingo, um dos primeiros compromissos do chefe da ONU no país foi visitar refugiados em Islamabade, na véspera do evento “40 anos de Presença de Refugiados Afegãos no Paquistão: Uma Nova Parceria para a Solidariedade” .

Guterres lembrou ao grupo de cidadãos do Afeganistão, do Iêmen e do Tajiquistão que o Paquistão era uma das maiores nações anfitriãs do mundo. Dos 2,7 milhões de refugiados registrados no Paquistão, 90% são de nacionalidade afegã.

Dedicação

Falando a jornalistas, o chefe da ONU revelou que em termos de paz e segurança, as Nações Unidas estão “profundamente agradecidas” pela dedicação e pelo empenho das forças paquistanesas.

O Paquistão contribui com mais de 4 mil forças de paz e “cada vez mais mulheres” em nove missões da organização no mundo. O país apoia ainda a iniciativa do secretário-geral Ação para Manutenção da Paz.

Em nível regional, Guterres reiterou que  o aumento das tensões no ano passado gerou profunda peocupação. Ele reiterou a importância de exercer máxima moderação e tomar medidas para diminuir a escalada.

Na visita ao Paquisão, o secretário-geral estará na cidade de Lahore e no Corredor de  Kartarpur que liga dois principais locais de peregrinação sikh no Paquistão e na Índia. Para o representante, o local simboliza a harmonia inter-religiosa sendo “uma experiência única em laços transfronteiriços, mostrando o compromisso do Paquistão com a paz regional”.

ODSs

Guterres  elogiou o  compromisso do Paquistão com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. O representante destacou que as metas visam eliminar a pobreza, alcançar a igualdade de gênero, proteger o meio ambiente e construir uma globalização justa que funcione para todos.

Nesse sentido, ele considerou o Paquistão um exemplo visionário por estar na frente da integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs, na agenda nacional de desenvolvimento.

Em terras paquistanesas, Guterres deve manter contato com parlamentares e jovens abordando temas como desenvolvimento sustentável, mudança climática e manutenção da paz.

Foto: Irin/David Swanson (file)

Mercado em Islamabad, capital do Paquistão.


Direito Internacional e Justiça

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