Medidas de apoio à família são cruciais para aumentar taxas de amamentação

APolíticas que apoiam a amamentação, como licença parental paga e intervalos para amamentação, ainda não estão disponíveis para a maioria das mães em todo o mundo.

A afirmação é do Fundo das Nações para a Infância, Unicef, no início da Semana Mundial da Amamentação, que decorre entre 1 e 7 de agosto.

Amamentação reduz risco de infeções, Unicef/UN0156352/Dubourthoumieu

Importância

Em nota, a diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, disse que “os benefícios de saúde, sociais e econômicos da amamentação, para mãe e filho, são bem conhecidos e aceitos em todo o mundo.” Apesar disso, “quase 60% das crianças do mundo estão perdendo os seis meses recomendados de amamentação exclusiva.”

Amamentar apoia o desenvolvimento saudável do cérebro em bebês e crianças pequenas, protege contra infecções, diminui o risco de obesidade e doenças, reduz custos de saúde e protege as mães de câncer de ovário e câncer de mama.

Fore disse que, apesar desses benefícios, “locais de trabalho de todo o mundo estão negando apoio muito necessário às mães.” Para ela, é preciso “investir muito mais em licença parental remunerada e apoio à amamentação em todos os locais de trabalho para aumentar as taxas de amamentação globais.”

Dados

Apenas 4 em cada 10 bebês são exclusivamente amamentados nos primeiros seis meses de vida, conforme recomendado. Nos países menos desenvolvidos, essas taxas sobem para mais da metade, 50,8%.

Os países de renda média-alta têm as menores taxas de amamentação, 23,9%, o que representa uma descida dos valores de 2012, quando eram 28,7%.

Segundo o Unicef, as mulheres que trabalham não recebem apoio suficiente para continuar a amamentar. Em todo o mundo, apenas 40% das mulheres com recém-nascidos têm os benefícios básicos de maternidade em seu local de trabalho. Em África, apenas 15% tem algum benefício para continuar.

Apenas 12% dos países do mundo oferecem uma licença de maternidade remunerada adequada. O Unicef recomenda pelo menos seis meses de licença remunerada para todos os pais, dos quais 18 semanas devem ser reservadas para as mães.

Amamentar os bebês oferece o começo de vida mais saudável, Unicef/Rosenda Quintos

Segundo um estudo recente, mulheres com seis meses ou mais de licença maternidade tinham pelo menos 30% mais chances de manter qualquer amamentação pelo menos nos primeiros seis meses.

Benefícios

A ONU afirma que o aumento do aleitamento materno pode evitar 823 mil mortes anuais em crianças menores de cinco anos e 20 mil mortes anuais por câncer de mama.

Em 2018, apenas 43% dos bebês foram amamentados na primeira hora de vida. O contato imediato da pele com a pele e o início precoce da amamentação mantêm o bebê aquecido, constroem seu sistema imunológico, promovem a união, aumentam a oferta de leite materno e aumentam as chances de que ela continue amamentando exclusivamente.

O Unicef diz que se os números ideias de amamentação forem alcançados em todo o mundo, haverá uma redução estimada nos custos globais de saúde de US$ 300 bilhões.

Semana Mundial

A Semana Mundial da Amamentação começa esta quinta-feira, 1 de agosto, e termina a 7 de agosto. O objetivo é destacar a importância crítica da amamentação para crianças em todo o mundo. O tema deste ano é “Capacitar os pais, possibilitar a amamentação”.

Em nota conjunta, Henrietta Fore e o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Ghebreyesus, pedem aos governos e empregadores de todo o mundo que adotem políticas favoráveis a esta prática.

Os dois representantes afirmam que “as provas deixam claro que, durante a primeira infância, a nutrição ideal fornecida pela amamentação pode fortalecer o desenvolvimento do cérebro das crianças com impactos que perduram ao longo da vida.”


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