“Muito pouco, muito devagar”

A adaptação climática está a acontecer de forma lenta e insuficiente. Esta é a principal conclusão do Relatório sobre a Lacuna de Adaptação 2022 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que mede o que cada país já fez e implementou para combater as alterações climáticas, assim como o que está por fazer. É então notória a diferença entre a ação dos países mais ricos e os países mais pobres, tornando-se evidente o grande fosso que (ainda) os separa. 

É sobre esta disparidade que é necessário agir.  

De pouco adianta que os países mais desenvolvidos muito façam para combater as alterações climáticas, se depois os países em desenvolvimento, com altos índices de industrialização, poluentes e com problemas estruturais aos níveis sociais e económicos, não têm a capacidade de implementar medidas semelhantes.  

Mais de 8 em cada 10 países possuem pelo menos um plano nacional de adaptação climática. No entanto, o ritmo do financiamento necessário para transformar esses planos em ações reais está a ser claramente insuficiente. Na realidade, os fluxos financeiros internacionais de adaptação dos países em desenvolvimento estão 5 a 10 vezes abaixo das necessidades estimadas e essa disparidade continua a aumentar.  

A implementação das ações de adaptação está a aumentar, porém, este crescimento não está a acompanhar o ritmo dos impactos das alterações climáticas.  Assim, serão necessárias mais medidas que considerem a adaptação e a mitigação em conjunto durante o planeamento, o financiamento e a implementação, com o objetivo de aumentar o potencial de benefícios mútuos e limitar possíveis contratempos. 

É necessária uma forte vontade política para aumentar os investimentos, nomeadamente por parte dos países mais desenvolvidos em relação aos países mais pobres, para que se comecem a ver os resultados da adaptação. 

A lacuna que existe em relação à adaptação climática dificulta o progresso para a sustentabilidade. Para garantir um futuro melhor, é necessário que quem dispõe de mais recursos ajude os países menos têm, e assim talvez comecemos um percurso de cooperação para se alcançar um objetivo comum.  


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