O apoio humanitário é fundamental para a recuperação ucraniana

© UNICEF/Denys Vostrikov

Na Ucrânia, cerca de 13.5 milhões de pessoas afetadas pela guerra já receberam algum tipo de apoio humanitário, sendo que mais de 4.2 milhões de pessoas receberam também apoio financeiro. Com a ajuda do governo e com a retirada das forças militares russas da região de Kherson, os mercados e os serviços bancários estão a começar a reabrir. Porém, a normalidade ainda está longe.  

Os serviços de saúde foram dos mais afetados e destruídos durante a invasão, pelo que, a ajuda humanitária se tem esforçado particularmente em recuperar esta área. “Por exemplo, este mês, o Fundo da População das Nações Unidas (UNFPA) forneceu 30 clínicas móveis onde se prestarão serviços de saúde reprodutiva em pelo menos 19 regiões”, afirmou a porta-voz associada da ONU Stéphanie Tremblay. Acrescentou ainda que a ONU e os seus parceiros não só ajudaram já mais de 8.6 milhões de pessoas ao nível da saúde, como também prestaram já assistência a mais de 5.7 milhões de pessoas em relação a questões de saneamento, água e higiene.  

A porta-voz disse ainda que mais de 70% dos 4.3 milhões de dólares solicitados para estas operações foram disponibilizados pelos contribuintes. Não obstante, com a continuação da guerra, as necessidades humanitárias irão persistir e o “apoio da comunidade internacional será fundamental para assegurar que as organizações de ajuda humanitária continuem o seu trabalho”. 

Estes apoios tornam-se ainda mais necessários considerando uma situação sobre a qual o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) demonstrou uma grande preocupação: o crescente número de incidentes que envolvem minas e explosivos. Nos últimos dois dias deste mês, ocorreram, pelo menos, 5 detonações que causaram mortos e feridos. Estas minas significam riscos acrescidos para a população, desde aqueles que tentam reconstruir as estradas até aqueles que começam a recuperar os terrenos agrícolas.  

Mais de 150 mil explosivos já foram removidos e destruídos, mas ainda restam milhões. A extração das minas poderá demorar décadas, o que deixará o país e a sua população num perigo constante, mesmo após a guerra terminar.