OMS lança relatório “Comportamento de Saúde em Crianças em Idade Escolar”

A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o relatório “Comportamento de Saúde em Crianças em Idade Escolar”, um estudo que fornece informação sobre a saúde, bem-estar, ambiente social e comportamento de saúde de rapazes e raparigas de 11, 13 e 15 anos de idade.

Este último relatório internacional do estudo “Crescer desigual: diferenças socioeconómicas e de género na saúde e bem-estar dos jovens” do HBSC, apresenta os resultados da pesquisa de 2013/2014 de 42 países na Europa e na América do Norte.

 

Evoluções e Retrocessos

Em termos positivos, destaca-se o facto de:

  • Os adolescentem e jovens sentem, em geral, uma grande satisfação de vida, atingindo a taxa de 80%, entre os 11 e os 15 anos de idade.
  • O uso de tabaco e álcool pelas raparigas e rapazes reduziu, significativamente, nos últimos anos.
  • Os níveis de uso de substâncias e de conflito também reduziram, para rapazes e raparigas,  de forma significante, em muitos países.

No entanto, existem desafios contínuos:

  • As raparigas apresentam uma saúde mental mais pobre. Aos 15 anos de idade 20% das raparigas avaliam a sua saúde como regular ou má e 50% experimentam queixas de saúde, mais do que uma vez por semana.
  • O excesso de peso e a obesidade é maior entre rapazes mas as raparigas são mais propícias a pensar que são demasiado gordas. A proporção de raparigas que afirma ter excesso de peso aumentou de 26%, aos 11 anos, para 43%, aos 15 anos. Um quarto das raparigas com 15 anos de idade fazem dieta ou outro método para perda de peso.
  • Os níveis de atividade física permanecem baixos. Apenas 25% dos jovens de 11 anos de idade e 16% dos de 15 anos de idade atendem às diretrizes atuais para a atividade física. As raparigas são menos propícias a alcançar os níveis recomendados.

 

Resultados dos estudos HBSC

O lançamento do relatório foi supervisionado por Gauden Galea, Diretor da Divisão de Doenças não Comunicáveis e Promoção da Saúde ao longo da Vida, do Gabinete Regional da OMS para a Europa. Grande parte da estratégia europeia para melhorar a saúde das crianças e adolescentes é baseada em dados obtidos pelos sucessivos estudos do HBSC. A estratégia define uma visão, guia os princípios e as prioridades para os países a trabalhar através dos setores para proteger e promover a saúde e bem-estar das crianças e adolescentes em toda a Região Europeia da OMS.

O estudo do HBSC influenciou a política e legislação em numerosos países europeus, ao longo dos 33 anos decorridos após a sua publicação. Por exemplo, depois do seu relatório de 2003 ter identificado um pico alarmante no consumo do álcool entre os jovens alemães, o governo da Alemanha aumentou a taxa sobre o álcool e melhorou a rotulagem, o que levou a um declínio significante do consumo.

 

Acesso à saúde de qualidade e promoção do bem-estar

“Os adultos de 2030 são os adolescentes de hoje. Existe uma necessidade de ação, por exemplo, no que diz respeito ao aumento dos preços do tabaco, proibição da publicidade a álcool ou produtos de tabaco. O relatório dá-nos algumas boas notícias mas precisamos ver o chamado “acordar” das mentalidades e a inversão dos comportamentos perigosos como o declínio do uso de preservativo”, afirmou Galea na sessão de lançamento.

Como parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, o 3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades – visa garantir vidas saudáveis e promover o bem-estar para todos, de todas as idades.

Por sua vez, Zsuzsanna Jakab, Diretor Regional da OMS para a Europa afirmou que “os jovens são tão ricos e diversificados quanto os seus homólogos. Eles requerem um conjunto de intervenções que refletem a sua diversidade e que tomam, totalmente, em conta a sua idade e género e o seu ambiente social e cultural. “ e notou, ainda, que “no relatório, foram os jovens que disseram como as coisas são e sublinharam o que é importante para eles. Nós devemos agir sobre esta verdade.”

16 de março de 2016, UNRIC


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