Um plano de ação com oito pontos para digitalizar a saúde nos países latino-americanos e caribenhos foi apresentado pela agência da ONU para a saúde na região, Opas.
O objetivo é disponibilizar informações de forma rápida e segura a usuários e provedores dos serviços de saúde em todos os países das Américas.
Desigualdades
Numa conferência ministerial, a diretora-geral da Organização Pan-Americana da Saúde, Carissa Etienne, defendeu uma transformação digital da saúde pública para se alcançar interconectividade universal.
Para ela, é hora de promover uma abordagem holística e inclusiva que considere novos elementos como inteligência artificial. Etienne lembrou que existem desigualdades na era digital, e esse fosso não pode aumentar as desigualdades na área de saúde.
A Opas afirma que as pessoas em cada país têm de estar conectadas eletronicamente para facilitar o fluxo de informações de seus prontuários. Os grupos mais vulneráveis e carentes da população devem ser considerados em sistemas digitais abertos que funcionem e cooperem entre si nos países da região.
Quadro social
A chefe da Agência da ONU disse que a pandemia da Covid-19 expôs a urgência de sistemas de saúde mais resilientes, intersetoriais e interconectados. Ela disse que pode parecer óbvio, mas que para se atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, é preciso saber que a pessoa existe, que está registrada no sistema, que pode ser encontrada e qual é o quadro social e de saúde dela.
Para a Opas, é necessário ainda incluir as comunidades e as famílias dos pacientes em programas de saúde. E os dados devem estar desagregados.
Os países da agência forneceram recursos no valor de US$ 1,5 milhão para apoiar os projetos da Agenda de Saúde Sustentável, um plano que vai de 2018 a 2030.
A Opas lembrou que o secretário-geral da ONU, António Guterres, chamou o presente momento de era da interdependência digital, e segundo a agência, a saúde não pode ficar fora dessas mudanças.