Portugal atravessa mais uma onda de calor e é dos países europeus mais expostos a esse tipo de cenário. O aumento das temperaturas tem vindo a fazer-se sentir em toda a Europa, com um mês de julho com temperaturas acima do habitual e assim continua no mês de agosto.
Receia-se que estas temperaturas se tornem a norma, caso não sejam tomadas diligências. “No futuro, este tipo de ondas de calor vai ser normal. Veremos temperaturas extremas mais fortes” advertiu o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas.
Petteri Taalas espera que esta situação seja um alerta para os governos e que tenha um impacto nos comportamentos de voto nos países democráticos.
De acordo com relatórios do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), a Europa vai ser a região mais afetada a curto prazo pelo aumento das temperaturas. No Mediterrâneo, prevê-se um aumento dos incêndios florestais, secas e subida do nível do mar até 2050.
Estas ondas de calor têm um impacto nos serviços de saúde que já se encontram enfraquecidos pela pandemia da covid-19. O Relatório Especial do IPCC sobre Extremos mostra também que as ondas de calor vão ser mais frequentes, mais longas e mais intensas no século XXI. Serão necessários sistemas de alerta precoce e sistemas de saúde reforçados.
A qualidade do ar está a deteriorar-se, o que afeta, em particular, as pessoas mais vulneráveis. “Quando uma onda de calor acompanha elevados níveis de poluição, aumenta o risco de doenças respiratórias e cardiovasculares, especialmente em grandes espaços urbanos que não estão adaptados para fazer face a estas temperaturas elevadas”, destacou Maria Neira, diretora de Ambiente e Saúde da Organização Mundial de Saúde.