ONU explora acordos para cessar-fogo na Ucrânia 

As Nações Unidas vão dialogar com as partes envolvidas acordos para cessar-fogo humanitário na Ucrânia. O anúncio foi feito pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, na sequência de um encontro com a imprensa. 

“Isto tem de acabar”, afirmou. O conflito na Ucrânia levou já à perda de milhares de vidas, à deslocação de dez milhões de pessoas, a maioria mulheres e crianças e à destruição de infraestruturas essenciais. Em consequência, tem-se registado um aumento dos preços dos alimentos e da energia em todo o mundo. 

Cerca de 6,5 milhões de pessoas estão deslocadas internamente na Ucrânia e mais de 3,8 milhões de refugiados já atravessaram fronteiras rumo aos países vizinhos. 

© UNICEF/Anton Skyba for The Globe and Mail

As ações da ONU para mitigar o conflito 

“As Nações Unidas estão a fazer tudo o que está ao seu alcance para apoiar as pessoas cujas vidas foram arruinadas pela guerra”, começou por explicar António Guterres.  

Desde o início do conflito, para além do apoio aos países que acolhem refugiados, as agências humanitárias das Nações Unidas e os seus parceiros apoiaram quase 900.000 pessoas, particularmente na Ucrânia oriental, com alimentos, abrigo, cobertores, medicamentos, água engarrafada e material de higiene.  

Há, neste momento, mais de mil funcionários da ONU na Ucrânia a trabalhar em oito centros humanitários nas cidades de Dnipro, Vinnytsia, Lviv, Uzhorod, Chernivitzi, Mukachevo, Luhansk e Donetsk.  

O Programa Alimentar Mundial e os seus parceiros apoiaram já 800 mil pessoas e espera-se que este número aumente para 1,2 milhões de pessoas em meados de Abril. Por sua vez, a Organização Mundial de Saúde e os seus parceiros ajudaram mais de meio milhão de pessoas nas áreas mais vulneráveis com kits de saúde e de cirurgias de emergência.

© UN Photo/Mark Garten

Uma “solução política” 

“Vamos ser claros. A solução para esta tragédia humanitária não é humanitária. É política.” António Guterres apelou novamente a um cessar-fogo “imediato” para permitir progressos nas negociações políticas, com o objetivo de alcançar um acordo de paz baseado nos princípios da Carta das Nações Unidas. 

“A cessação das hostilidades vai permitir que a ajuda humanitária essencial seja entregue e que os civis possam circular em segurança. Vai salvar vidas, evitar o sofrimento e proteger os civis”, defendeu o secretário-geral, lembrando que esta guerra pode agravar a crise de fome que existe em vários países em desenvolvimento, já difícil no contexto da pandemia COVID-19. 

“Apelo fortemente às partes envolvidas neste conflito e à comunidade internacional como um todo para que trabalhem connosco em prol da paz, em solidariedade com o povo da Ucrânia e de todo o mundo”, concluiu. 


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