ONU: população mundial chegará aos 10,3 mil milhões em 2080

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As Nações Unidas estimam que a população mundial continuará a crescer durante mais 50 ou 60 anos, atingindo um pico de cerca de 10,3 mil milhões de pessoas em meados de 2080. Após o pico, prevê-se que comece o número de pessoas no planeta diminua, caindo gradualmente para 10,2 mil milhões até ao final do século. 

A conclusão é do Relatório das Perspetivas da População Mundial para 2024 que avança também que, atualmente, cada mulher tem, em média, menos um filho do que tinha por volta de 1990. Neste momento, mais de metade de todas as regiões do mundo têm uma fertilidade inferior a 2,1 nascimentos por mulher, o nível necessário para que uma população mantenha uma dimensão constante a longo prazo sem migração. 

O documento da autoria da Divisão da População do Departamento dos Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas explica ainda que no final da década de 2070, a população mundial com 65 anos ou mais deverá atingir 2,2 mil milhões de pessoas, ultrapassando o número de menores de 18 anos. 

A imigração deverá atenuar o declínio da população provocado pelos baixos níveis de fertilidade e por uma estrutura etária mais envelhecida.  

 

Dia Mundial da População 

Nas últimas três décadas, as sociedades de todo o mundo fizeram progressos notáveis na melhoria da recolha, análise e utilização de dados sobre a população. No entanto, as comunidades mais marginalizadas continuam sub-representadas nos dados, o que afeta profundamente as suas vidas e o seu bem-estar. 

“Tal como o tema do Dia Mundial da População deste ano nos relembra, o investimento na recolha de dados é importante para compreender os problemas, adaptar as soluções e impulsionar o progresso” afirma o secretário-geral, António Guterres.  

A diretora do escritório de Londres do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) alerta que ainda há quem seja “invisível”. Mónica Ferro, ilustra essa realidade com o exemplo das mulheres pertencentes a minorias raciais e étnicas, que continuam maioritariamente ausentes nas estatísticas de mortes maternas.

Este dia é um momento para perceber quem ainda não está a ser contado e o que isso custa aos indivíduos, às sociedades e aos nossos esforços mundiais para não deixar ninguém para trás. Só assim se conseguirá acelerar o desenvolvimento para todos.