Pandemia leva ONU a realizar primeiro debate virtual da Assembleia Geral  

A pandemia da Covid-19 levou as Nações Unidas a organizarem o primeiro debate geral virtual de sua história com líderes internacionais. 

Cada país poderá ter um representante no hall da Assembleia Geral, que em muitos casos será o embaixador dos Estados-membros. O objetivo é limitar a ocupação da Assembleia para 200 pessoas, no máximo, evitando assim riscos de contaminação com o novo coronavírus. 

António Guterres fará um dos discursos da sessão de abertura, na terça-feira, by ONU/Eskinder Debebe

Recuperação da Covid-19 

Segundo o porta-voz do secretário-geral, Stephane Dujarric, essa quantidade representa menos de 10% da ocupação normal da Casa no primeiro dia do debate geral, que já chegou a mais de 2 mil pessoas. 

Numa entrevista a jornalistas, às vésperas da abertura do debate, o chefe da ONU, António Guterres, informou que priorizará três temas este ano: o cessar-fogo global, um apelo que ele lançou no início do ano, especialmente por causa das consequências da Covid-19, ação climática e a recuperação do mundo depois da pandemia. 

A ONU também confirmou que devido à crise de saúde pública, este ano não haverá o tradicional almoço dos chefes de Estado e Governo, oferecido pelo secretário-geral, nem os chamados encontros paralelos, que podem alcançar várias centenas entre os líderes internacionais, representantes do setor privado e da sociedade civil, que se reúnem todos os anos na sede da ONU. 

Países de língua portuguesa 

Dentre os países de língua portuguesa Brasil e Angola falam logo no primeiro dia. O Brasil será o primeiro a tomar a tribuna e Angola, o nono da parte da tarde. 

Na lista de quarta-feira encontra-se apenas um país lusófono: Moçambique que fala pela manhã. 

Timor-Leste, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe discursam na tarde de quinta-feira.  Neste mesmo dia, participa um outro país, onde o português é língua oficial: Guiné-Equatorial. 

O novo presidente da Assembleia Geral, Volkan Bozkir, assumiu o posto em15 de setembro, ONU/Eskinder Debebe

Já Portugal será o segundo orador na tarde de sexta-feira, um dia antes de Cabo Verde, o sétimo país da lista na tarde de sábado. 

Protocolos de segurança 

O novo presidente da Assembleia Geral, Volkan Bozkir, que assumiu o posto em15 de setembro, afirmou que encoraja o reinício gradativo de reuniões presenciais na sede da ONU cumprindo todos os protocolos de segurança para a entrada no prédio. 

Até a tarde desta sexta-feira, a organização já havia recebido mais de 20 gravações de discursos e não tinha nenhuma confirmação sobre a presença de chefes e Estado e Governo no hall da Assembleia Geral incluindo o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, o país anfitrião.