Para vice-chefe da ONU, todos ganham quando mulheres lutam por seus direitos

A vice-secretária-geral da ONU está em Nairóbi, no Quênia, para participar no evento que a partir desta terça-feira marca os 25 anos do Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento adotado no Cairo.

Amina Mohammed disse que a visão aprovada em 1994 continua atual, ao falar a estudantes da Escola Primária em Ruiru. Para ela, capacitar mulheres e meninas para o direito de reivindicar independência, saúde e bem-estar “beneficia famílias, comunidades e nações em longo prazo”.

A vice-secretária geral da ONU, Amina Mohammed encontra estudantes em Nairóbi, no Quênia. Foto: Pnuma/Georgina Jane Smith

Casamento

Mohammed destacou que o mundo ainda é um lugar difícil e perigoso para as mulheres. Ela citou casos de mortes no parto, meninas forçadas ao casamento infantil ou à prática da mutilação genital.

De acordo com a ONU, todos os anos, uma em cada cinco mulheres ou meninas é vítima de agressão ou morre nas mãos de um parceiro ou familiar.

Cinco milhões são deslocadas por causa de conflitos ou desastres e precisam de cuidados médicos durante a gravidez. Cerca de 232 milhões de mulheres não têm acesso a contraceptivos.

Para Mohammed, o encontro de cúpula de Nairóbi é “uma oportunidade única para ajudar a dar mais poder às mulheres e meninas, suas famílias e comunidades”, além de promover seus direitos e escolhas.

Ação

A vice-chefe da ONU disse que o Programa de Ação é agora “mais relevante que nunca” quando o mundo lida com temas como urbanização, aumento da migração, crescimento e envelhecimento da população.

O evento quer promover mais ação política e recolher fundos para cumprir a agenda sobre população e desenvolvimento. Outras metas são aproveitar melhor a população adulta, baixar o número de mortes materno-infantis, apoiar o planejamento familiar, eliminar a violência e as práticas que prejudiquem mulheres e meninas.

Mohammed destacou o trabalho do Fundo da População da ONU, Unfpa, para aumentar o acesso aos cuidados de saúde sexual e reprodutiva, prevenir e dar resposta à violência de gênero.

Foto Unicef: Samuel Leadismo

Mulheres em Samburu, no Quênia, conversam sobre a mutilação genital feminina.

Coordenação

A representante disse, no entanto, que várias vítimas da mutilação genital feminina e jovens capacitados para prevenir o casamento precoce precisam de apoio e da coordenação do sistema de desenvolvimento da ONU.

A caminho de se atingir a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, Mohammed pediu que a promessa continue, seja protegido o futuro das meninas e capacitadas as mulheres em todo o mundo.


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