P: Porque necessitamos de uma grande conferência sobre os oceanos e porque me devo preocupar com os oceanos?
R: Os oceanos são importantes para todos, mesmo para quem não vive perto das zonas costeiras. Milhares de milhões de pessoas dependem dos oceanos para obter a sua principal fonte de proteína e milhões de outras tiram o seu sustento dos mares. Atividades económicas importantes, tais como o turismo e o comércio, dependem de um oceano saudável. Os oceanos são o principal regulador do clima global. Fornecem metade do oxigénio que respiramos e absorvem um terço do dióxido de carbono que produzimos.
Também somos importantes para os oceanos e podemos desempenhar um papel preponderante na proteção da sua saúde e sustentabilidade.
As alterações climáticas, por exemplo, continuam a levar, entre outros, à subida do nível do mar e ao aumento de eventos climáticos extremos que ameaçam diretamente a vida das comunidades costeiras, especialmente nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.
A próxima Conferência dos Oceanos desempenhará um papel importante na implementação de um novo capítulo sobre a ação para os oceanos – impulsionada pela ciência, tecnologia e inovação. Também enfatizará a necessidade de aproveitar soluções baseadas na natureza, incluindo mangais, pântanos salgados e ervas marinhas que historicamente são conhecidas por terem um grande potencial de mitigação.
A primeira Conferência dos Oceanos, que teve lugar em Nova York em junho de 2017, mostrou ao mundo a situação dos nossos oceanos e o impacto das atividades humanas. Sabemos que há mudanças generalizadas a acontecerem debaixo da água.
Também sabemos que não é uma situação sem retorno; existem soluções para reverter os danos e permitir que os oceanos se curem. A Conferência dos Oceanos deste ano reunirá líderes mundiais, cientistas, comunidade empresarial, agentes de mudança e ativistas que irão unir forças para inspirar, criar e investir em soluções.
A Conferência espera que todos os que possam fazer a diferença avancem e façam as mudanças necessárias para transformar as suas políticas, negócios e estilos de vida em algo mais sustentável, menos prejudicial e menos explorador.
P: Porquê o foco urgente nos oceanos num mundo assolado por doenças, tensões políticas, conflitos e problemas económicos?
R: A saúde humana, a prosperidade económica e um clima estável dependem de oceanos saudáveis. A ação imediata para resolver os problemas dos oceanos irá promover o desenvolvimento sustentável, que é fundamental para um mundo mais igualitário, pacífico e saudável.
Basicamente, a resposta resumida é que os problemas dos oceanos significam problemas para as pessoas. Oceanos saudáveis significam um planeta saudável – que pode proteger e sustentar melhor todos os seres vivos que deles dependem.
P: Espera-se algum resultado ou compromisso concretos?
R: Há vários resultados, incluindo três essenciais, que se esperam da Conferência dos Oceanos. Os copresidentes da Conferência, os governos de Portugal e do Quénia, apresentarão um relatório sobre os resultados da Conferência.
Os Estados-membros adotarão uma declaração para implementar e facilitar a proteção e a conservação do oceano e dos seus recursos.
Também esperamos que os representantes dos governos, das empresas e da sociedade civil, assumam, voluntariamente, compromissos concretos e realistas para abordar as várias questões relacionadas com os oceanos que afetam as suas comunidades, os seus países e outros.
Os oito diálogos temáticos, designadamente sobre a poluição marinha, a acidificação dos oceanos, a desoxigenação e aquecimento, a pesca sustentável e outras economias oceânicas, o conhecimento científico e a tecnologia marinha, analisarão as oportunidades e os desafios com a ambição de promover compromissos e ações sobre um espetro alargado de questões relacionadas com os oceanos. É esperado um relatório dos agentes relevantes no final da Conferência.
P: A reciclagem vai realmente ajudar a reduzir a poluição plástica nos oceanos?
R: Sim. Como 60 a 90% do lixo marinho é composto de diferentes polímeros plásticos, uma das principais soluções para lidar com a poluição marinha nos nossos oceanos seria reduzir a nossa pegada de plástico, inclusive através de esforços para reutilizar e reciclar todo o plástico em vez de o descartar após uma utilização, bem como implementar uma melhor recolha de resíduos nas nossas costas.
Parceiros
Turismo de Portugal – https://www.turismodeportugal.pt/pt/Paginas/homepage.aspx
Ministério dos Negócios Estrangeiros – https://portaldiplomatico.mne.gov.pt/
Direção Geral de Política do Mar – https://www.dgpm.mm.gov.pt/
Website oficial – https://www.un.org/en/conferences/ocean2022
Fundação Oceano Azul – https://www.oceanoazulfoundation.org/pt-pt/#m150page
Governo do Quénia – http://www.parliament.go.ke/