Plástico: ONU pede mudança sistémica

Atualmente, 11 milhões de toneladas de plástico são despejadas nos oceanos todos os anos. Com as políticas atuais, a quantidade de resíduos sólidos urbanos de plástico deverá duplicar até 2040, a quantidade de plástico despejado nos oceanos deverá quase triplicar e a quantidade de plástico nos oceanos pode vir a quadruplicar.

Já foi dito antes, mas o novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Pew Charitable Trusts e SYSTEMIQ Breaking the Plastic Wave, veio confirmar: proibir sacos de plástico, apanhar lixo nas praias, reciclar, ou comprar uma garrafa de vidro não será o suficiente para conter a poluição dos nossos oceanos. A redução dos resíduos plásticos requer políticas sistémicas e não ações pontuais.

Embora tenham sido feitos progressos para enfrentar o desafio, os compromissos dos governos e da indústria apenas reduzirão a quantidade de plástico despejado no oceano em 7% até 2040.

O plástico que permanece no oceano durante centenas de anos, não é biodegradável e a quantidade acumulada poderá atingir as 600 milhões de toneladas, o equivalente em peso a mais de 3 milhões de baleias azuis, em 2040.

Globalmente, as políticas nacionais sobre plásticos são poucas e, geralmente, centram-se na proibição ou tributação de produtos plásticos específicos, em vez de se centrarem na mudança sistémica da economia do plástico.

O autor do relatório e membro do Painel Internacional de Recursos (IRP), Steve Fletcher, afirma a necessidade da cooperação internacional para a resolução deste problema mencionando que “é tempo de parar com as ações individuais que não fazem diferença”. Segundo o autor, um país pode implementar a utilização de plástico reciclado, mas se não tiver processo de recolha, sistema de reciclagem e mercado para o material ser reutilizado não existe qualquer impacto significativo na medida.

O relatório, feito a pedido do Grupo dos 20 para avaliar as opções políticas a concretizar na “Visão de Oceano Azul de Osaka”, expõe os inúmeros e complexos desafios que impedem o planeta de alcançar a meta de zero plástico até 2050 e faz uma série de recomendações que incluem a necessidade de mudança na produção e consumo de plástico, a importância de uma economia circular e a urgência na criação de programas de avaliação e monotorização da eficácia das políticas de plásticos.


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