Portugal pede mais representatividade no Conselho de Segurança

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, defendeu a entrada do Brasil, da Índia e das nações africanas no Conselho de Segurança da ONU; condenou a guerra na Ucrânia e as ameaças russas sobre uso de armas nucleares; Portugal quer acelerar transição energética até 2026.

Com ONU NEWS

“O reforço do multilateralismo não é uma opção. É uma necessidade absoluta para fazer face aos desafios globais”, afirmou o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, no seu discurso durante a 77ª sessão da Assembleia Geral.

Nesta quinta-feira, o chefe de governo português destacou os efeitos da guerra na Ucrânia no continente europeu e classificou a agressão como uma violação do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas.

Representatividade no Conselho de Segurança

Costa aproveitou para condenar mais uma vez a agressão da Rússia à Ucrânia e pediu o fim da violência, além de afirmar que o país não deve escalar o conflito ou fazer ameaças “irresponsáveis” do uso de armas nucleares.

Ainda falando sobre alcançar a paz de forma definitiva, António Costa disse que o Conselho de Segurança da ONU deve ser mais “representativo, ágil e funcional, capaz de responder aos desafios do século 21”.

O primeiro-ministro defendeu que o continente africano e países como o Brasil e a Índia tenham assentos naquele órgão, sublinhando que deve também ser capaz de representar as pequenas nações.

Portugal é candidato a membro não -permanente em 2027-28. António Costa disse aos participantes do Debate Geral que espera “merecer a confiança” dos Estados-membros para a tarefa e que o país está pronto para dar a sua contribuição.

António Costa discursou durante Debate Geral da 77ª sessão das Assembleia Geral da ONU.

Nações Africanas

O primeiro-ministro português também destacou que a comunidade internacional precisa se esforçar mais para garantir a estabilidade do continente africano, citando a situação humanitária no Sahel e pedindo uma resposta efetiva para a ameaça terrorista em Moçambique, no Sahel e no Golfo da Guiné.

Sobre os compromissos climáticas, António Costa afirmou que Portugal tem buscado estar “na linha de frente do processo de descarbonização”, tendo sido a primeira nação a assumir o compromisso de alcançar emissões zero até 2050.

O chefe do Governo de Portugal afirmou também que o país quer acelerar o fim do uso do carvão e aumentar de 60% para 80% o peso das fontes renováveis na eletricidade consumida em Portugal.

O primeiro-ministro lembrou que por ser uma nação costeira, Portugal sente os efeitos do aquecimento global e espera que a COP27 seja capaz de conduzir uma transição inclusiva e assegure uma “repartição mais equilibrada do financiamento climático entre a mitigação e a adaptação”.

Conferência dos Oceanos

O chefe de governo de Portugal lembrou ainda que o país recebeu a Conferência dos Oceanos este ano, organizada juntamente com o Quénia. A Declaração de Lisboa traçou compromissos importantes para alcançar o ODS 14, como ampliar a proteção de áreas marinhas até 2030.

Segundo António Costa, Portugal foi além dessa meta e quer proteger 100% do espaço marítimo que esteja “sob soberania ou jurisdição portuguesa”.

O primeiro-ministro de Portugal concluiu o seu discurso reforçando o apoio do país no alcance da Agenda 2030, para uma sociedade mais inclusiva e pluralista, com o fim da discriminação racial, xenofobia e todas as formas de intolerância.

Costa destacou também o papel de Portugal na receção de migrantes afegãos e ucranianos, bem como o seu apoio às gerações mais jovens.

Veja o discurso do primeiro-ministro de Portugal na integra aqui.


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