Prémios “Campeões da Terra” 2022

*com UNEP

Foram atribuídos os prémios “Campeões da Terra” 2022 que celebram ideias e projetos que visam a restauração e proteção dos ecossistemas. Promovidos pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), estas distinções são atribuídas desde 2005 e contam já com 111 laureados.

Numa altura em que as alterações climáticas são uma das maiores ameaças que enfrentamos, estes prémios valorizam a proteção da natureza e os esforços dedicados em salvaguardar o meio ambiente. Distinguem-se, assim, líderes mundiais, indivíduos, ativistas, organizações ou até empresas – pessoas e entidades que demonstrem o seu trabalho e ambição pela conservação da natureza.

E os vencedores da edição deste ano são:

Arcenciel (Líbano), distinguida na categoria Inspiração e Ação é uma empresa ambiental cujo trabalho para criar um ambiente mais limpo e saudável lançou as bases para a estratégia nacional de gestão de resíduos do país. Atualmente, esta empresa recicla mais de 80% dos resíduos hospitalares potencialmente infeciosos do Líbano todos os anos.

Constantino (Tino) Aucca Chutas (Peru), também premiado na categoria Inspiração e Ação, foi pioneiro num modelo de reflorestação comunitária guiado pelas comunidades locais e indígenas, o que levou à plantação de três milhões de árvores no país. Está também a liderar esforços ambiciosos de reflorestação noutros países andinos.

Sir Partha Dasgupta (Reino Unido), distinguido na categoria Ciência e Inovação, é um proeminente economista cuja revisão histórica sobre a economia da biodiversidade apela a um repensar da relação entre a humanidade e a natureza, de forma a evitar a destruição de ecossistemas vitais.

Purnima Devi Barman (Índia), homenageada na categoria Visão Empreendedora, é uma bióloga da vida selvagem que lidera o “Exército de Hargila”, um movimento de conservação exclusivamente feminino dedicado a proteger a grande cegonha ajudante da extinção. As mulheres criam e vendem têxteis temáticos sobre a cegonha e ajudam a aumentar a sensibilização sobre a espécie, enquanto potenciam também a sua independência financeira.

Cécile Bibiane Ndjebet (Camarões), homenageada na categoria Inspiração e Ação, é uma defensora dos direitos das mulheres em África, particularmente o direito a possuírem terra, algo essencial para que possam desempenhar um papel na restauração dos ecossistemas, no combate à pobreza e na mitigação das alterações climáticas.  Lidera também esforços para influenciar o desenvolvimento de políticas sobre a igualdade de género na gestão florestal em 20 países africanos.

Inger Andersen, directora executiva do PNUMA afirma que os “ecossistemas saudáveis e funcionais são fundamentais para evitar que a emergência climática e a perda da biodiversidade causem danos irreversíveis ao nosso planeta.” Assim, estes prémios dão-nos esperança para a possibilidade de restaurar a relação entre a humanidade e a natureza, evidenciando que isso é possível e uma tarefa de todos nós:  governos, setor privado, cientistas, comunidades, ONG e indivíduos.


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