Recuperação mais verde pode reduzir emissões em 25%

O Relatório Mundial de Emissões, publicado esta quarta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), constata que apesar da ligeira quebra de emissões registada ao longo de 2020 na sequência da pandemia da covid-19, continuamos muito longe dos objetivos do Acordo de Paris em limitar o aquecimento global até 1,5 graus celsius.  

No entanto, uma recuperação mais verde da pandemia poderá trazer um corte das emissões de gases com efeito de estufa em 25% em relação ao valor estimado para 2030 antes da pandemia, fazendo com que o objetivo de 2 graus centígrados fique mais próximo.  

Em vésperas da Cimeira para a Ação Climática, que se realiza no próximo sábado, o UNEP lembra que os governos devem aproveitar esta oportunidade para implementar uma recuperação mais verde e reforçarem os seus objetivos na próxima conferência do clima COP.26 que se realizará em 2021. 

De acordo com o UNEP, Em 2020, as emissões caíram 7%, um valor insuficiente, que representa um ritmo anual que travaria o aquecimento global em apenas 0.01°C até 2050.  

O relatório dá conta que 2020 é já um dos anos mais quentes desde que há registo, tendo havido um aumento de incêndios, secas, tempestades e perda de gelo glacial.  

Só em 2019, o total de emissões atingiu um novo recorde de 59.1 gigatoneladas de CO2. Em 2020, as emissões caíram 7%, um valor insuficiente, que representa um ritmo anual que travaria o aquecimento global em apenas 0.01°C até 2050.  

As Nações unidas lembram que os compromissos assumidos em Paris há 5 anos ainda são inadequados e se nada for alterado o aquecimento global poderá ser de 3,2 graus celsius em 2030.  Uma recuperação da pandemia mais sustentável e verde poderia cortar até 25 por cento das emissões previstas em 2030, tendo por base as políticas em vigor antes da covid-19.  

O UNEP sublinha que esta recuperação verde poderia colocar as emissões em 2030nos 44 gigatoneladas de CO2, um valor que poderá permitir manter o aumento da temperatura do planeta abaixo de 2 ° C.  

Para tal, deve ser dada prioridade a um conjunto de medidas: apoios diretos àstecnologias e infraestruturas de emissão zero, redução dos subsídios aos combustíveis fósseis,acabara com as centrais a carvão, e promover soluções baseadas na naturezaincluindoa reflorestação. 

No momento da conclusão deste relatório, 126 países, responsáveis por 51%das emissões globais de gases de efeito estufa, haviam adotado, anunciado ou consideravam aserem neutros em carbono até 2050. Embora as metas para as emissões líquidas zero sejam encorajadoras, evidenciam uma enorme discrepância entre a ambição das metas e os compromissos assumidos formalmente pelos Estados no âmbito do Acordo de Paris.  

Campanha da ONU – Act Now – que promove ideias e soluções para um mundo mais sustentável.

Como pode contribuir? 

Para ajudar a reduzir drasticamente o valor das emissões, o relatório deixa ainda algumas sugestões para a facilitação, o incentivo e a obrigatoriedade de mudanças no comportamento de consumo por parte do setor privado e dos cidadãos.  

Com cerca de dois terços das emissões globais associadas às famíliasquando se usa a contabilidade baseada no consumo, estima-se que os setores de mobilidade, residencial e alimentar contribuem cada um com cerca de 20 por cento das emissões de estilo de vida. Por isso, os governos devem permitir e encorajar os consumidores a evitar o consumo de carbono.  

As possíveis ações incluem a substituição de voos domésticos de curta distância por ferrovias, incentivos e infraestrutura que eprmitam a partilha de bicicletas e de carros, melhorar a eficiência energética das habitações, e políticas para reduzir o despe
rdício de alimentos.
 

Poderá consultar o relatório na íntegra aqui 

 

 


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