Relatores dizem que sanções ameaçam pesquisa e liberdade acadêmicas

Um grupo de relatores de direitos humanos* emitiu um comunicado expressando preocupações com cientistas e acadêmicos de países que sofrem sanções.

O documento foi assinado por quatro especialistas que apontaram impedimentos para publicação de trabalhos científicos de pesquisadores de países alvos de sanções internacionais.

Em alguns casos, acadêmicos e cientistas palestrantes não puderam participar de eventos

Foto: IAEA/Dean Calma

Em alguns casos, acadêmicos e cientistas palestrantes não puderam participar de eventos

Cautela e represálias

Há relatos de que publicações especializadas foram orientadas a tratar a contribuição de cientistas de países sancionados com “cautela”. Em alguns casos, os trabalhos foram desqualificados.

Os relatores citaram o princípio da não-discriminação e do devido processo contidos nas Diretrizes da ONU de Negócios e Direitos Humanos para pedir às editoras e publicações científicas que se abstenham de cumprir, sem necessidade, as sanções de regimes por medo ou receio de implicações e represálias para seus negócios.

Em alguns casos, acadêmicos e cientistas palestrantes não puderam participar de eventos ou cooperação acadêmica por serem de países alvos de sanções.

Sede do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça

Foto: ONU/ Jean-Marc Ferré

Sede do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça

Incentivos à pesquisa

O comunicado cita uma redução do engajamento e colaboração com revistas especializadas e sociedades acadêmicas. Os relatores receberam informação sobre cientistas que foram prejudicados financeiramente deixando de obter incentivos à pesquisa.

Por fim, o grupo citou “cláusulas de sanção” em certas empresas editoriais que levam os responsáveis a tratar a pesquisa científica com cuidado.

Uma infração aos princípios do Conselho de Direitos Humanos, segundo o grupo que firmou o comunicado, que não deve existir.

Para eles, políticas de sanções não pode se estender à prática da pesquisa e investigação acadêmicas.

 

 *Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.


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