Seis meses após ciclone Idai, Moçambique precisa de mais US$ 398 milhões para apoiar afetados por crises

Na noite de 14 para 15 de março, Moçambique foi assolado pelo ciclone Idai que matou mais de 600 pessoas, provocou mais de 1.641 feridos e causou danos de cerca de US$ 773 milhões.

Seis meses depois, pretendem mais US$ 398 milhões para apoiar a população afetada pelo ciclone mais forte ocorrido no oeste de África em 20 anos e também do ciclone Kenneth que passou pelo país seis semanas depois.

Nas áreas afetadas pelos ciclones Idai e Kenneth, mais de 80% da população é dependente da agricultura como fonte primária de renda. Foto: Acnur/ Luiz Fernando Godinho

Insegurança Alimentar

As necessidades agravadas por secas e inundações consecutivas podem prejudicar a colheita de março de 2020. Cerca de 2 milhões de pessoas podem enfrentar graves níveis de insegurança alimentar.

As Nações Unidas e os parceiros humanitários, em apoio ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Ingc, querem atender às necessidades dos afetados pelas crises climáticas do último ano, incluindo os dois ciclones, secas e inundações.

Um Plano revisto de Resposta Humanitária, HRP, para Moçambique foi apresentado em Maputo pela coordenadora Humanitária para Moçambique, Myrta Kaulard, que apelou ao envolvimento de todos.

Colheita

A representante destacou que apesar de progressos notáveis na resposta aos ciclones, ainda existem áreas em que o acesso a água potável e assistência médica continua sendo um desafio. Afirmou ainda que também são necessários reparos urgentes em casas e escolas.

Com apenas 42% do apelo inicial financiado, até 2 milhões de pessoas podem enfrentar graves níveis de insegurança alimentar entre este setembro e a próxima colheita prevista para março de 2020.

Nas áreas afetadas pelos ciclones Idai e Kenneth, mais de 80% da população é dependente da agricultura como fonte primária de renda. Muitas pessoas perderam colheitas, terras e sementes de plantio.

Unicef/UN0293297/DE WET

Crianças numa estrada de Búzi, em Moçambique, danificada pelo ciclone Idai

Apoio

Às vésperas da Cúpula do Clima em Nova Iorque, Myrta Kaulard, exortou a comunidade internacional a apoiar o povo de Moçambique.

A representante enfatizou que mulheres e crianças, especialmente as que vivem nos locais de reassentamento, precisam percorrer longas distâncias para buscar água, recolher madeira para cozinha e procurar serviços de saúde.

O Plano de Resposta Humanitária para Moçambique abrange o período até maio de 2020.

De Maputo para ONU News, Ouri Pota  


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