Tecnologia verde e luz solar ajudam a garantir água segura a refugiados rohingya

A Agência de Refugiados da ONU, Acnur, informou que foram instalados os primeiros cinco sistemas de água potável movidos a energia solar em Cox’s Bazar, no Bangladesh.

Os novos sistemas vieram melhorar o fornecimento diário de água potável segura e limpa aos refugiados rohingya que vivem nesta região. Segundo o porta-voz do Acnur, Andrej Mahecic, o projeto faz parte de uma mudança mais ampla na resposta humanitária, com recurso a tecnologias verdes e não poluentes.

Sistemas

Acnur estima que mais de 900 mil refugiados rohingya vivem em 36 locais diferentes na área de Cox’s Bazar onde a água escasseia.
​​​​​​​​​​​​​​Acnur/Chris Melzer

Os novos sistemas funcionam inteiramente com eletricidade gerada através de painéis solares. As bombas motorizadas extraem água dos tanques recém-instalados que têm capacidade para 70 mil litros. A água é então canalizada para torneiras coletivas estrategicamente instaladas.

Segundo o responsável, o objetivo do Acnur é fornecer 20 litros de água limpa e segura, por dia, a cada refugiado.

A agência diz que mais de 900 mil refugiados rohingya vivem na área de Cox’s Bazar e que a água escasseia na maioria dos locais. Durante a estação seca, por exemplo, a única solução no campo de Nayapara é a de carregar água, o que é muito caro.

De acordo com a agência da ONU, tem sido difícil assegurar fontes de água adequadas para toda a população de refugiados.

Cloração

A utilização da energia solar permitiu à comunidade humanitária reduzir custos. Para além disso, a cloração evita a contaminação da água potável, o que normalmente acontecia durante a recolha, transporte e armazenamento doméstico.

A água clorada é segura para beber e elimina os riscos de propagação de doenças. As fontes de água anteriores, principalmente os furos equipados com bombas manuais, eram frequentemente contaminados pelas águas residuais que penetravam nos poços.

Desafios

As cinco novas redes de água fornecem agora água potável a mais de 40 mil refugiados. O Acnur acredita que outros 55 mil refugiados serão beneficiados com a instalação de mais nove redes no campo de refugiados de Kutapalong. Um projeto que terá um custo de US$ 10 milhões.

O porta-voz lembra que o esforço para fornecer água potável suficiente para refugiados em todos os locais congestionados tem sido um enorme desafio, exigindo a perfuração de milhares de poços e a construção de redes de água, incluindo a instalação de sistemas de tubagens, barragens, canais, mecanismos de filtragem e cloração.

O Acnur tem trabalhado com o governo do Bangladesh para identificar fontes de água. As autoridades também ajudaram com consultoria especializada e permissões para cavar poços e construir outras estruturas, tais como reservatórios de água, estações de tratamento, oleodutos, tanques de armazenamento, sistemas de cloração e furos com bombas manuais.


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