‘The Loneliest Whale’ leva centenas de pessoas ao cinema em Lisboa

Na sexta-feira que antecedeu o início da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, o Centro Regional de Informação da ONU para a Europa Ocidental apresentou, no Cinema de São Jorge, em Lisboa, o filme ‘The Loneliest Whale: the search for 52’, juntamente com a Embaixada dos EUA em Portugal, a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação Oceano Azul. 

Miguel de Serpa Soares, Randi Charno Levine, Joshua Zeman, Diogo Moura e Tiago Pitta e Cunha. © Filipe Faleiro

A audiência foi saudada pela Chefe do Desenvolvimento Sustentável na ONU, Francyne Harrigan, que moderou o painel de discussão e abriu a sessão com uma menção ao momento oportuno da sessão de cinema e própria Conferência. “A conferência dos oceanos da ONU representa uma oportunidade vital para fazer soar o alarme sobre o que acontecerá se continuarmos a tirar mais do oceano do que ele pode dar”. 

Francyne Harrigan © Filipe Faleiro

O Cine ONU recebeu vários intervenientes que apresentaram o filme e destacaram a importância do tema. A embaixadora dos EUA em Portugal, Randi Charno Levine, elogiou a afluência do público, mais de 500 pessoas, como um farol de esperança para a ação futura nos oceanos, observando que “a força e diversidade deste público mostra que a mensagem está a ecoar, que o público também reconhece a importância dos oceanos e da sua proteção”. 

Randi Charno Levine © Filipe Faleiro

O otimismo da embaixadora foi partilhado pelo subsecretário-geral para os Assuntos Jurídicos das Nações Unidas, Miguel de Serpa Soares, que expressou que “este é um momento de urgência, mas também um momento de possibilidades”. 

Miguel de Serpa Soares © Filipe Faleiro

Para o vereador da Cultura, Economia e Inovação da Câmara Municipal de Lisboa, Diogo Moura,”o azul é o novo verde”. Lisboa desempenha um papel relevante num novo capítulo global de conservação dos oceanos. ”Acreditamos que Lisboa pode ser pioneira como centro europeu para a economia da tecnologia azul”. 

Diogo Moura © Filipe Faleiro

O CEO da Fundação Oceano Azul, Tiago Pitta e Cunha, defendeu que “infelizmente, a ação para os oceanos ainda não está próxima da ação climática”, reiterando a importância de fóruns como a Conferência dos Oceanos da ONU como veículos para “colocar a os problemas dos oceanos no centro das discussões e das prioridades económicas e políticas”. 

Tiago Pitta e Cunha © Filipe Faleiro

Tempo de agir 

A sessão de cinema antecedeu um painel de discussão com o realizador do filme. Refletindo sobre um dos principais temas da sessão, Joshua Zeman partilhou o seu percurso na exploração dos efeitos da poluição sonora nos oceanos na vida marinha. ”Não fizemos o filme por causa da poluição sonora, a questão surgiu a partir do filme. Estes animais não podem escapar, não podem desligar o som que fazemos. Tornou-se uma questão profunda e importante”. 

Francyne Harrigan, Joshua Zeman, Ana Brazão, Pamela Kiamber, Afonso Castanheira

Ana Brazão, da Fundação Oceano Azul, destacou a necessidade de mudanças em larga escala para levar a cabo os compromissos internacionais para melhorar a saúde dos oceanos. ”Compreendemos que as áreas marinhas protegidas por si só, sem alterar a nossa economia, não são suficientes. Temos de substituir o modelo atual por uma economia circular e regenerativa”. 

“Os jovens são muitas vezes deixados de fora e não são ouvidos”, defendeu a campeã da campanha Plastic Tide Turner, do programa das Nações Unidas para o meio ambiente, Pamela Kiambi. “Um importante apelo à ação é ter os jovens no palco com as suas ideias e soluções. Temos um desejo de agir e temos de o fazer”, disse. 

Na entrada para o cinema o público teve oportunidade de ver a instalação artística de Afonso Castanheira, uma baleia feita com plástico tirado dos oceanos. Como este material não pode ser reciclado, “o melhor é tentar usar para ajudar as pessoas a perceberem a quantidade de lixo que vem da indústria pesqueira”, explicou. 

Instalação Artística por Afonso Castanheira © Filipe Faleiro

 


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