Unesco aponta persistência de desigualdades de gênero na indústria criativa 

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, lançou o relatório “Gênero e Criatividade: Progresso sobre o Precipício” sobre a necessidade para políticas de alcance da paridade de gênero em indústrias culturais e criativas. 

O documento reconhece avanços recentes, mas indica que as disparidades ainda persistem. 

Obstáculos 

O relatório cita desigualdade de gênero especialmente durante a crise da Covid-19 e pede um novo compromisso para promover direitos iguais para homens e mulheres no mercado das artes e da cultura. 

Foto: Unicef/UN045727/Pirozzi

Artistas mulheres e de variados gêneros seguem sendo alvos de assédio

Em todo o mundo, existem menos 250 milhões de mulheres que homens usando a internet. Elas representam apenas 21% dos artistas de música eletrônica em festivais na Europa e na América do Norte. 

Com o fosso digital, as mulheres enfrentam obstáculos para a criação da arte e distribuição em plataformas na internet. 

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, afirma que essa desvantagem tem afetado meninas e mulheres também em outras áreas como política, economia, vida social e cultural.  

Indonésia 

Dados qualitativos e quantitativos indicam que as mulheres, artistas e criadores que representam a diversidade de gênero continuam enfrentando várias barreiras como o acesso desigual ao trabalho decente, uma remuneração justa e posições de liderança. 

Unicef/ UN014974/Estey

Unesco apoia agenda global de empoderamento de meninas e mulheres em suas áreas de atuação

O relatório cita o caso do Uruguai, onde a força feminina detém 25% dos cargos de gerenciamento em organizações públicas e privadas. Em Montenegro, essa taxa é de 24% e no Mali, 3%. 

Na Indonésia, as mulheres estão se firmando como na indústria cinematográfica, mas permanecem subrepresentadas em postos de decisão. São apenas 20% das roteiristas e 7% das diretoras.   

Na França, 34% dos chefes de organizações de audiovisual subsidiadas pelo Ministério da Cultura são mulheres e 43% dos museus, mas apenas 9% dos diretores das 100 maiores empresas culturais do mundo são do sexo feminino. 

Suécia 

A pesquisa analisa ainda a segurança e o bem-estar de pessoas de todos os gêneros no local de trabalho. Artistas mulheres e de variados gêneros seguem sendo alvos de assédio, intimidações e abusos. 

Na Indonésia, a campanha o Cinema não precisa ser tóxico revela que a indústria é dominada por homens e por isso, o quadro não deve mudar. 

Para a Unesco, o impacto da Covid-19 é de longo prazo sobre meninas e mulheres que não têm acesso à tecnologia ou à assistência econômica. E os efeitos da pandemia são sentidos no atraso aos avanços das mulheres na indústria criativa. 

A Agência diz que seguirá cooperando com os países-membros, sociedade civil e setor privado para implementar a agenda global de empoderamento de meninas e mulheres em suas áreas de atuação. 

O relatório foi produzido com o apoio do Governo da Suécia. 

Foto: ITU/G. Anderson

Com o fosso digital, as mulheres enfrentam obstáculos para a criação da arte


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