Vice-chefe da ONU “profundamente preocupada” com cortes na ajuda ao desenvolvimento

A vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohammed, afirmou que está “profundamente preocupada” com as recentes decisões e propostas para cortar significativamente a Assistência Oficial ao Desenvolvimento, ODA na sigla em inglês, para atender aos impactos da guerra na Ucrânia sobre os refugiados.

Mohammed falou como presidente do Grupo de Desenvolvimento Sustentável afirmando que em tempos extraordinários é preciso fazer esforços também extraordinários.

O agravamento da insegurança alimentar é uma das situações esperadas no continente africano

OIT/E. Raboanaly

O agravamento da insegurança alimentar é uma das situações esperadas no continente africano

Pandemia

A taxa é de 0,7%do Produto Interno Bruto, PIB, dos países doadores. E pelo menos cinco países alcançam ou ultrapassam essa meta: Dinamarca, Luxemburgo, Noruega, Suécia e o Reino Unido.

Segundo a ONU, a assistência aumentou em 1,4% em 2019 se comparada ao mesmo período de 2018. 

Baseada na antiga metodologia de fluxo de dinheiro, a assistência líquida para os países menos desenvolvidos e para África aumentou em 2,6% e 1,3%, respectivamente. A subida foi bem recebida especialmente por causa das demandas criadas pela pandemia.

Preço dos alimentos continua subindo.

Foto: Banco Mundial/Maria Fleischmann

Preço dos alimentos continua subindo.

Recorde no preço dos alimentos

A vice-secretária-geral disse que a guerra contínua na Ucrânia está tendo um impacto alarmante sobre uma economia mundial já abalada pelo Covid-19 e pelas mudanças climáticas. Ela lembrou que os preços globais dos alimentos atingiram um recorde de todos os tempos. Mas para Amina Mohammed, é justamente isto que torna ainda mais necessária a ajuda. Ela citou a crise energética global, que já está em andamento e disse que muitos países em desenvolvimento já estavam com dificuldades em responder a situação.

Para a vice-chefe da ONU, este é o momento exato que exige que os países e o sistema das Nações Unidas respondam às crescentes necessidades humanitárias e de desenvolvimento, trazendo recursos adicionais necessários para cumprir as promessas da assistência dos Estados-Membros, investindo assim na resiliência da humanidade e impedindo que a crise atual se multiplique em muitas outras.   

 A ONU pediu aos doadores que repensem a decisão alertando que os cortes no desenvolvimento e nas Nações Unidas significam redimensionar o apoio num momento em que a demanda por apoio atingiu um nível recorde. E as pessoas mais vulneráveis serão as mais atingidas.


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