VIH/SIDA: 650 mil mortes em 2021

O novo relatório do Programa das Nações Unidas para apoio no combate à SIDA, o UNAIDS, conclui que as diferentes crises atuais tiveram um impacto relevante nas pessoas que vivem ou são afetadas pelo VIH e que existem disparidades, entre diferentes países, que foram acentuadas pela pandemia da covid-19. 

Em 2021 surgiram cerca de 1,5 milhões de novas infeções, mais 1 milhão do que o total projetado para as metas mundiais.  

Apesar de existirem tratamentos eficazes para o VIH e ferramentas para prevenir, detetar e tratar infeções, segundo o relatório, o VIH/SIDA provocou uma morte por cada minuto, num total de 650 mil pessoas que morreram por complicações causadas pelo vírus. 

A tendência de queda do número de infeções continua a existir, ainda que em percentagens inferiores a anos anteriores. Entre 2020 e 2021, o número de infeções caiu 3,6%. 

No entanto, em regiões como a Europa de Leste, a Ásia Central, o Médio Oriente, o Norte de África e a América Latina registou-se um aumento das infeções. Na Ásia e Pacífico verifica-se um aumento, contrariando a tendência de decréscimo anterior. 

© UNICEF/Albert Gonzalez Farran

Já regiões como a África Oriental e Austral veem o número de casos abrandarem, na sequência dos avanços alcançados em anos anteriores. O número e casos na África Ocidental e nas Caraíbas caiu substancialmente. 

Na África Subsaariana, mulheres e jovens adolescentes do sexo feminino são três vezes mais propensas a contrair uma infeção por VIH do que jovens adolescentes do sexo masculino. 

Quando se fala em profissionais do sexo, o risco de infeção pode chegar a ser 30 vezes maior, enquanto em mulheres transexuais pode chegar a 14 vezes. Entre homens que fazem sexo com homens o risco de contrair o vírus é 28 vezes mais alto, em comparação com pessoas da mesma idade e género. Entre pessoas que injetam drogas o risco chega a ser 35 vezes superior. 

O relatório aponta ainda falhas nos esforços para garantir que todas as pessoas que vivem com SIDA tenham acesso à terapia antirretroviral. O número de tratados cresceu de forma mais lenta em 2021 do que em mais de uma década. Apenas 52% das crianças recebem os medicamentos, sendo que a disparidade na cobertura de tratamento entre crianças e adultos tem vindo a aumentar em vez de diminuir. 


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