Agências da ONU e da União Europeia dão início a processo de repatriação de refugiados somalis

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres convocou ontem com a União Europeia, uma conferência de doadores para mobilizar apoio para a Somália através da criação de condições para o regresso voluntário dos refugiados à nação leste africana, confrontada com “uma das mais complexas crises da história.”

“Precisamos investir na Somália, de modo que alguns somalis que estão atualmente presos em campos de refugiados possam voltar a casa e participar na reconstrução do seu país”, afirmou António Guterres num comunicado de imprensa antes do evento em Bruxelas, Bélgica. De acordo com o Alto-comissário o investimento “não só iria beneficiar a Somália e os refugiados somalis, mas toda a região.”

 Mais de 2 milhões de somalis encontram-se atualmente deslocados na região a viver como refugiados numa situação que já se arrasta há 23 anos com cerca de 1,1 milhão de pessoas deslocadas internamente e 967 mil refugiados nos países vizinhos. De acordo com o Gabinete do Alto Comissário para os Refugiados (ACNUR), os Somalis estão entre as 10 principais nacionalidades que mais atravessam o Mediterrâneo em fuga para a Europa em 2015.

 Com os refugiados somalis como protagonistas da longa crise dos refugiados, delegados de mais de 40 países e organizações reuniram-se em Bruxelas para uma conferência de doadores organizada pela agência de refugiados das Nações Unidas e pela União Europeia, contado com a participação de líderes da Somália e do Quénia.

Debateu-se como preparar concretamente o regresso voluntário de refugiados somalis da região e aumentar a capacidade de absorção nas áreas de retorno na Somália através do desenvolvimento e fortalecimento das ações humanitárias, bem como a segurança e a resiliência dos refugiados e comunidades de acolhimento no Quénia.

 De acordo com a agência, o plano inicial da ação, que está alinhado com a estrutura Compact Somália New Deal, requer um total de 500 milhões de dólares e terá a duração de dois anos, terminado assim no final de 2017.

 No final do dia de ontem, a ACNUR lançou um tweet onde afirmava que a conferência de doadores conseguiu arrecadar 105 milhões de dólares.

 “Pelo mundo todo, o regresso voluntário a casa é a solução que a maioria dos refugiados preferem para si e para suas famílias”, disse António Guterres. “Os somalis não são exceção.”

 O ACNUR e os seus parceiros têm vindo a ajudar cerca de 5.300 refugiados a regressar voluntariamente para a Somália desde dezembro de 2014. Enquanto um número significativo regressaram espontaneamente e a agência está atualmente a preparar-se para avançar para a próxima fase desta operação, que terá como objetivo ajudar 135 mil refugiados a regressar à Somália entre Janeiro de 2016 e Dezembro de 2017.

 A maioria dos refugiados somalis (420 mil) reside no Quénia, principalmente nos cinco campos de refugiados de Dadaab no nordeste do país. Cerca de 250 mil refugiados somalis vivem na Etiópia e um número similar no Iémen.

 O Alto Comissariado da ONU espera que ” como a crise global dos refugiados é agora o centro das atenções, os países da comunidade internacional e os parceiros de desenvolvimento tenham uma abordagem holística para resolver o problema, tentando dar respostas às suas necessidades contínuas de proteção na região e aumentar os nossos esforços para apoiar o regresso voluntário sustentável “.

22 de outubro de 2015, Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC


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