Chefe da ONU para a Europa defende inclusividade social para travar extremismo violento

O extremismo violento é uma afronta aos princípios e objetivos da Organização das Nações Unidas, disse Michael Moller, diretor-geral do UNOG (Gabinete da ONU para a Europa, sedeado em Genebra, na Suíça), na sua intervenção durante a “Conferência de Genebra sobre a Prevenção do Extremismo Violento  – O Caminho a Seguir”, co-organizada pelos governos da Suíça e do Reino Unido, que decorreu esta quinta e sexta-feiras.

Moller encorajou as delegações dos governos e especialistas reundios em Genebra a levarem a cabo uma abordagem abrangente, necessária para lidar proativamente com os impulsionadores deste flagelo, incluindo através do apoio ao plano de ação do Scretário-geral sobre o assunto.

“O extremismo violento não desafia apenas a paz e segurança internacional, mas debilita o trabalho crucial que os Estados-membros e a família ONU estão a fazer para defenderem os direitos humanos, levarem a cabo ação humanitária e promoverem o desenvolvimento sustentável”, disse o diretor-geral do UNOG.

Michael Mooler disse que, tendo o mundo testemunhado os ataques terroristas na Bélgica, Costa do Marfim, Iraque, Mali, Paquistão, Turquia e outros lugares, ao longo das últimas semanas, não pode haver dúvida sobre a relevância desta Conferência.

O encontro visa dar uma oportunidade para a comunidade internacional partilhar experiências e boas práticas para combater os agentes impulsionadores do extremismo violento e criar apoio para o Plano de Ação para a Prevenção do Extremismo Violento apresentado pelo Secretário-geral da ONU, em fevereiro passado.

No primeiro dia da conferência, decorreu uma reunião entre especialistas séniores e, no segundo, houve um segmento de alto nível. Os chefes das organizações internacionais e regionais e os chefes das agências da ONU participaram, também, em discussões sobre a ação aos níveis regional, nacional e global.

FOTO: ONU/Pierre Albouy

 

Ação da ONU contra o extremismo violento

As agências da ONU e outras organizações internacionais sedeadas em Genebra trabalham para a promoção da paz, direitos humanos e bem-estar e estão no cerne da implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

“Proporcionar oportunidades para o desenvolvimento sustentável, reduzir desigualdades, salvaguardar os direitos humanos e criar um centro de reflexão e negociação de paz, ajudar a contextualizar os acontecimentos e mudar realidades no terreno de forma mais adequada para resistir ao extremismo”, foram as prioridades enumeradas por Michael Moller para a ação da ONU neste âmbito.

O Plano de Ação para a Prevenção do Extremismo Violento fornece um importante enquadramento para abordar o assunto, tendo sido recebido pela Assembleia-Geral de forma muito positiva, mostrando o compromisso da comunidade internacional para se unir e agir contra esta ameaça.

“Para colocar o plano em prática, são necessárias as contribuições de todos os atores. O Secretário-geral apresentou uma abordagem multidimensional”, explicou Moller. Por outro lado, reconhecendo a importância do princípio da apropriação nacional para tratar eficazmente o extremismo violento, o plano apela a todos o atores relevantes – governos, sociedade civil, academia, comunidade e líderes religiosos – para que ajam em uníssono através de uma abordagem inclusiva de “todos os governos” e “todos os agentes da sociedade”.

O diretor da Plataforma da ONU de Implementação contra o Terrorismo e do Centro Antiterrorista da ONU, Jehanghir Khan, considerou que está a ser dada uma atenção, sem precedentes, à propagação do terrorismo e do extremismo violento. “Esta é, então, uma preocupação clara e presente e nunca houve uma  necessidade de cooperação internacional tão grande quanto hoje”, disse.

Khan sublinhou, ainda, que o plano do Secretário-Geral  não é só um apelo à ação, é um apelo à unidade. “Precisamos de demonstrar aos terroristas e extremistas violentos (…) que o mundo está unido, não apenas retoricamente, mas unido no plano de ação que o Secretário-geral apresentou e que tem 70 recomendações bastante concretas”, concluiu.

8 de abril de 2016, Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC


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