Conferência de doadores para a Síria tentará recolher oito mil milhões de euros

Os líderes mundiais analisam as necessidades humanitárias relacionadas com o conflito na Síria, esta quinta-feira, em Londres (Reino Unido), numa conferência de doadores organizada pelo Reino Unido, Alemanha, Kuwait, Noruega e a Organização das Nações Unidas (ONU).

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Estima-se que sejam necessários pelo menos 8,3 mil milhões de euros, sobretudo para dar resposta ao fluxo de refugiados que se concentram nos países vizinhos.

Entre os líderes europeus é de destacar a presença do primeiro-ministro britânico, David Cameron, e da chanceler alemã, Angela Merkel; mas são esperados cerca de 70 líderes na reunião que é a quarta do género desde que a guerra começou há cerca de seis anos.

Na reunião participam, ainda, as organizações não governamentais, o setor privado e outras entidades da sociedade civil.

As Nações Unidas têm apelado a uma maior protecção dos civis, incluindo os milhares que fogem da crise em direção à Europa, e dos quais 60% são agora mulheres e crianças.

A angariação de fundos visa dar resposta a vários níveis de intervenção:

• captação de novos recursos significativos para responder às necessidades imediatas e de longo prazo das pessoas afetadas pela crise
• proporcionar o acesso à educação para todas as crianças refugiadas e das comunidades de acolhimento até ao final do ano escolar 2016-17 
• criar oportunidades de emprego para os refugiados e comunidades de acolhimento em países vizinhos
• reforçar a pressão internacional para travar abusos e promover o respeito pelo direito humanitário
• dar às pessoas que ainda vivem na Síria melhor acesso à saúde e à educação e aumentar o apoio aos mais vulneráveis, especialmente as meninas e mulheres
• discutir o papel da comunidade internacional na reconstrução da Síria assim que cessar o conflito

Negociações de paz suspensas

As negociações de paz mediadas pela ONU que estavam a decorrer em Genebra (Suíça), há dois dias, foram, entretanto, suspensas e deverão ser retomadas a 25 de fevereiro.

“Eu tenho vindo a pedir, mesmo antes de ter enviado os convites para as negociações, a implementação imediata de uma iniciativa humanitária”, disse o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, numa conferência de imprensa, na quarta-feira.

Em causa estão questões tais como o levantamento de cercos que impedem o acesso das entidades de ajuda humanitária a vários locais que estão completamente inacessíveis.

“Foi-me assegurado que haveria iniciativas nesse sentido durante as negociações, mas agora o Governo diz que teve alguns problemas processuais que dificultam falar sobre o lado humanitário. Da parte da oposição tenho ouvido que é urgente fazer chegar a ajuda ao povo sírio”, disse Mistura.

O enviado especial realçou que suspensão é apenas “uma pausa temporária” e não o fim ou o fracasso das conversações, notando que ambos os lados insistem que estão interessados em manter um processo político.

Staffan de Mistura deixou claro, desde o início, que não tem ilusões sobre as dificuldades em terminar uma guerra que já matou mais de 250 mil pessoas, criou mais de quatro milhões de refugiados e 6,5 milhões de deslocados internos. No interior do país, estima-se que 13,5 milhões de pessoas têm necessidade urgente de ajuda humanitária.

4 de fevereiro de 2016, Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC


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