Covid-19: De esperança renovada, a batalha persiste contra um vírus em mutação

Detetada em 22 países europeus, a nova variante do vírus covid-19 preocupa a Organização Mundial de Saúde (OMS), que apela ao reforço de medidas de saúde pública, assim como a um processo de vacinação justo e equilibrado. Em declarações à imprensa, o diretor-regional da OMS Europa, Hans Kluge, alertou para a importância da solidariedade, da equidade e da justiça nesta nova fase de combate à pandemia.

De acordo com a OMS Europa, em 2020 foram registados 26 milhões de casos positivos e mais de 580 mil mortes confirmadas por covid-19. Hoje, mais de 230 milhões de europeus vivem em países com fronteiras controladas, prevendo-se que mais Estados anunciem medidas de bloqueio na próxima semana, incluindo Portugal. A transmissão tem atingido taxas de infecção muito elevadas na Europa e mais de um quarto de todos os Estados-membros têm os sistemas de saúde sob pressão.

Para a OMS, no atual quadro sanitário, a emergência da nova variante do vírus – o SARS CoV-2 Variant of Concern (VOC) – é “preocupante”. Até à data, não foi encontrada nenhuma alteração significativa na doença gerada pela nova variante, mas a sua acrescida transmissibilidade fez soar o alarme. A OMS Europa apela aos Estados que aumentem a vigilância sobre novas mutações do vírus, através da investigação, do cruzamento e da partilha de dados, assim como a implementação de medidas extra, sistemas eficazes de rastreio e teste, apoio ao isolamento e vacinação.

Para o responsável da OMS para a Europa, as diversas estratégias nacionais de vacinação no continente são “promissoras”, exigindo, no entanto, uma reforçada colaboração internacional, em prol de um processo eficaz, seguro e igualitário, que chegue a todos os países. Para a Organização Mundial de Saúde, dada a oferta limitada de vacinas, é vital dar prioridade à vacinação dos profissionais de saúde, assim como dos grupos de risco. O grande objetivo da organização é “não deixar ninguém para trás”, proteger os mais frágeis e evitar o colapso dos sistemas de saúde.

Um ano depois da primeira notícia da OMS sobre a covid-19, Hans Kluge sublinhou que Humanidade tem novas ferramentas de combate à pandemia e mais conhecimento científico à sua disposição, mas continua a travar uma batalha contra o vírus. Neste contexto, é essencial que a solidariedade, a igualdade e a justiça social estejam na base da ação dos Estados. Essa é, para o diretor-regional da OMS Europa, “a única maneira de sair destes tempos incertos, pois ninguém está a salvo até que todos estejam a salvo”.


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