Covid-19: perspetivas para 2023

Três anos após o surto da pandemia da covid-19 e considerando o crescente número de infeções na China, a Organização Mundial de Saúde (OMS) analisou o ano que passou de forma a prever o cenário pandémico para 2023. 

A OMS tem-se demonstrado muito preocupada com os desenvolvimentos na China, onde se multiplicam os casos de doenças graves. Nesse sentido, a organização criticou os dados fornecidos por Pequim, que “sub-representam o verdadeiro impacto da doença em termos de internamentos (…) e mortes” afirmou Michael Ryan, chefe da gestão de emergências sanitárias da OMS. 

Em Portugal, a incidência do vírus tem vindo a diminuir significativamente, sendo que em setembro de 2022 se deu o fim da situação de alerta em Portugal Continental. Apesar disso, em média, por cada 100 mil habitantes, 24 são ainda infetados e morrem 5 pessoas por cada milhão, segundo a DGS. No que toca à vacinação, em março do passado ano, 95% da população tinha pelo menos uma dose da vacina, 92,6% já estava completamente vacinada, e 58,3% já tinha recebido uma dose de reforço, de acordo com o SNS.  

O ano de 2022 foi marcado pelo aparecimento da variante Omicron, que se tornou dominante a nível mundial. Cerca de 360 milhões de casos foram declarados à OMS em 2022, representando mais de metade dos casos da covid-19 notificados desde o início da pandemia, e mais do que durante os dois anos anteriores combinados.  

Em 2022, estima-se que cerca de 1,2 milhões de pessoas tenham morrido devido à infeção por covid-19. No entanto, o número de mortes está a diminuir mundialmente, tendo-se registado entre 8.000 e 10.000 mortes por semana.  

A vacinação diminuiu para metade entre 2021 e 2022, tendo sido administradas pouco mais de 4 mil milhões de doses. Entre outras razões, isto deve-se às enormes disparidades no processo de imunização, sendo que nos países mais pobres, apenas 1 em cada 5 pessoas foi vacinada. Da mesma forma, também o acesso a diagnósticos e tratamentos é “inaceitavelmente inacessível e desigual” segundo a OMS. 

Com base nas tendências atuais, a OMS tem esperança que, até ao final de 2023, a situação de emergência da covid-19 possa ser dada por terminada em todo o mundo. Contudo, são necessários mais esforços para fazer avançar a ciência e reforçar a prevenção.  

A OMS e os seus parceiros lamentam não terem o acesso a dados suficientes e fidedignos para conseguirem avaliar rápida e eficazmente as variantes da covid-19. Além disso, estão também preocupados com o facto de a vigilância para uma potencial transmissão homem-animal ser limitada. Alguns cientistas receiam que a próxima grande variante possa vir de tais contactos. 


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