Fim da malária à vista em São Tomé e Príncipe

Um novo financiamento atribuído pelo Fundo Global e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) a São Tomé e Príncipe será destinado às pessoas mais suscetíveis de contraírem malária, abrindo o caminho para a eliminação da doença no país.

Os seis milhões de dólares (5,3 milhões de euros) concedidos serão aplicados em medidas para o aumento da deteção dos casos de malária, na difusão do acesso aos métodos de prevenção tais como mosquiteiros tratados com inseticida e pulverização dos interiores das casas, bem como ao tratamento de novos casos. O fundo irá também fortalecer os sistemas de vigilância nacional ao nível epidemiológico e entomológico, de modo a que o país esteja preparado para dar as respostas necessárias aquando da entrada na fase final de eliminação da doença.

Ao longo da última década, São Tomé e Príncipe, em parceria com o Fundo Global e o Programa de Desenvolvimento da ONU, fez progressos consideráveis na luta contra a malária, tendo como objetivo a erradicação da doença. São Tomé e Príncipe recebeu, no último mês, o seu terceiro Prémio  de Excelência entregue pela  Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária,  por ter cumprido o sexto Objetivo de Desenvolvimento do Milénio que estipulava a reversão da incidência da malária e de outras doenças até 2015. “Os prémios são um claro reconhecimento do quanto o país avançou na redução da malária de forma drástica”, disse Jose Salema, coordenador residente da ONU em São Tomé e Princípe.

De acordo com o Relatório Mundial da Malária 2014, a  incidência anual de malária em São Tomé e Príncipe, que tem 187 064 habitantes, caiu de 33,8 por cada mil pessoas, em 2009, para 9,7 por cada mil, em 2014. Neste mesmo ano, o país contabiliza zero casos de morte relacionadas com a malária.

“O novo subsídio irá permitir um impulso crucial para alcançar o objetivo de erradicar totalmente a doença que ameaça a vida das pessoas, em todo o país”, disse Mamisoa Rangers, gestora do PNUD/Fundo Global, em São Tomé e Príncipe. 

A aposta deste país na eliminação da malária é de crucial importância para alcançar o terceiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, adotado pela comunidade internacional, em setembro de 2015, o qual pretende “garantir vidas saudáveis e promover o bem estar em todas as idades” e, especificamente, acabar com a epidemia da malária, entre outras doenças, até 2030.

A ilha do Príncipe atingiu já a fase pré-eliminação da doença, enquanto que a ilha de São Tomé está a registar baixas taxas de transmissão da doença. O novo fundo procurará reduzir o número de novos casos de malária para menos de cinco por cada mil pessoas na ilha de São Tomé e para menos de um caso por mil pessoas na ilha do Príncipe.

 Combate à malária é crucial para as pessoa e para a economia

Combater a malária é vital para a saúde da população de São Tomé e Príncipe: bebés, crianças com menos de cinco anos de idade e mulheres grávidas estão, particularmente, em risco de contrair e desenvolver formas avançadas da doença. O novo programa vai atuar, de modo particular,  junto destes grupos.

Para além destes efeitos diretos na saúde, a malária tem impacto na economia e desenvolvimento do país em geral. Só em África, as doenças relacionadas com a malária, e a mortalidade a ela associada, custam à economia mais de 12 mil milhões de dólares (cerca de 10, 7 mil milhões de euros), por ano. Os recentes progresso em São Tomé e Príncipe no controlo da malária trouxeram uma série de benefícios económicos e sociais duradouros, de que são exemplo mais crianças a frequentar a escola de forma assídua e  adultos que possuem emprego a longo prazo.

“O governo, os seus parceiros e a população de São Tomé têm feito grandes progressos na concretização do sonho de ver o país livre da malária. Devemos manter estes ganhos”, diz Hamilton Nascimento, coordenador do Programa de Controlo Nacional de Malária, entidade do Ministro da Saúde.

“O mesmo esforço que o país fez para combater a malária deve ser, agora, aplicado para responder à tuberculose e ao VIH”, disse Jose Salema, coordenador residente da ONU em São Tomé e Princípe. “Apreciamos a manutenção da contínua colaboração do Fundo Global e do PNUD para obter ainda melhores resultados de saúde para este arquipélago”, acrescentou.

De acordo com as últimas estimativas da Organiação Mundial de Saúde, existiam 214 milhões de novos casos de malária, em todo o mundo, em 2015, das quais 88% em África. Em 2015, a malária causou cerca de 438 mil mortes em todo o mundo, das quais, aproximadamente, 306 mil eram crianças com menos de cinco anos de idade. 

16 de fevereiro de 2016, PNUD/Traduzido & Editado por UNRIC


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