Guterres: “O conflito tem de parar agora”

Presidente Putin, em nome da humanidade, leve as suas tropas de volta para a Rússia. Em nome da humanidade não permita que comece na Europa aquela que pode ser a pior guerra desde o início do século, com consequências não devastadoras para a Ucrânia, não trágicas para a Federação Russa, mas com um impacto que não podemos sequer prever.”  – António Guterres

 

Enquanto o Conselho de Segurança da ONU se reunia, para abordar a escalada do conflito russo-ucraniano, o presidente da Federação Russa anunciou uma “missão especial militar” na Ucrânia despertando este apelo urgente do secretário-geral da ONU para que o Prezidente da Rússia.

@UN Photo/Mark Garten. O secretário-geral da ONU após o anúncio de Putin de uma “missão especial militar”.Tendo as autoridades ucranianas aprovado hoje o estado de emergência e confirmado ciberataques de grande escala a instituições públicas, a subsecretária-geral da ONU para os Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo reportou “bombardeamentos… baixas civis e militares…[e] ataques a infraestruturas civis” na Ucrânia, tendo Guterres afirmado que poderemos viver “momentos muito, muito difíceis.”

O Conselho de Segurança

Durante a reunião de emergência do Conselho de Segurança vários Estados-membros clarificaram as suas posições em relação a este conflito.

A representante permanente dos Estados Unidos da América junto das Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, afirma que testemunhamos agora “um momento perigoso” e apela à Rússia que “mande as suas tropas, os seus tanques e as suas frotas de volta” para casa e que “mande os seus diplomatas para a mesa de negociação… antes que seja tarde de mais.”

Esta posição foi igualada pelas posições da França e do Reino Unido. O representante permanente da França junto das Nações Unidas, Nicolas de Revière, chamou o ataque à Ucrânia ‘um golpe injustificado à paz e à segurança no coração da Europa” e a representante permanente do Reino Unido junto das Nações Unidas, Barbara Woodward, defendeu o compromisso do Reino Unido para com a “integridade territorial e soberania da Ucrânia” e com os “propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas” especificando o “princípio base [das Nações Unidas] de que devemos viver todos juntos como bons vizinhos.”

@REUTERS/Carlo Allegri. As representantes permanente do Reino Unido e dos Estados Unidos da América junto das Nações Unidas na reunião de emergência do Conselho de Segurança.

O representante permanente da Ucrânia junto das Nações Unidas, Sergiy Kyslytsya, proclama claramente e fortemente que o presidente russo, Vladimir Putin, “declarou guerra no meu país”, dizendo que “é tarde de mais” e solicitou que a Federação Russa “renuncie as responsabilidades de Presidente do Conselho de Segurança e as transfira para um membro responsável do Conselho que… respeite a Carta das Nações Unidas.” Numa das declarações mais marcantes desta reunião, Sergiy Kyslytsya anunciou que “não há purgatório para os criminosos de guerra. Eles vão diretamente para o inferno.

@UNTV. O representante permanente da Ucrânia junto das Nações Unidas na reunião do Conselho de Segurança.
As Nações Unidas na Ucrânia

A subsecretária-geral da Nações Unidas para os Assuntos Políticos, DiCarlo, confirmou que os funcionários da ONU permanecerão no terreno para prestarem assistência humanitária ao povo da Ucrânia, acrescentando que as Nações Unidas estão “determinadas em ficar e apoiar” a Ucrânia e os seus cidadãos, reforçando o dever de “todas as partes em assegurarem a segurança e proteção” e de respeitarem o “direito internacional humanitário e o direito internacional dos direitos humanos”.

Por fim, o secretário-geral da ONU apela o Conselho de Segurança a “abordar esta situação” e informa a Rússia que “este conflito tem de parar agora“, citando este momento como “o momento mais triste” do seu mandato como secretário-geral das Nações Unidas.

Para saber mais consulte o nosso explicador em inglês.


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