O mundo travou o ritmo de propagação do VIH/Sida e a epidemia está em declínio. As novas infeções por VIH e asmortes devido à Sida diminuíram dramaticamente desde do pico da epidemia.
As novas infeções por VIH caíram 35% desde 2000 (58% entre as crianças) e as mortes devido à Sida diminuíram 42% desde do pico, em 2004. Em 2014, 36,9 milhões de pessoas viviam com o VIH.
Mas apesar das novas infeções pelo VIH terem diminuído, ainda há um número inaceitavelmente elevado de casos: em 2014, dois milhões de pessoas foram infetadas pelo vírus e 1,2 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas com a Sida.
Assim, a doença continua a evidenciar as desigualdades no mundo, mas a comunidade internacional quer erradicar a epdimia até 2030.
O número de pessoas que vivem com VIH continua a aumentar, em grande parte porque existe maior acesso à terapia anti-retroviral, que permite uma vida mais longa e saudável.
Mas no caso específico dos adolescentes e jovens, a situação é mais preocupante: a incidência do vírus triplicou nos últimos 15 anos, segundo a UNICEF.
“É fundamental que os jovens que são seropositivos tenham acesso ao tratamento, cuidados e apoio”, disse Craig McClure, diretor de programas da UNICEF VIH / SIDA. “Ao mesmo tempo, aqueles que são VIH-negativo devem ter acesso a informação e meios para que não sejam contaminados pela doença”, acrescentou.
Os dados epidemiológicos revelam que a maioria dos adolescentes que morrem de doenças relacionadas com a Sida foram infetados pela vírus quando eram crianças.
Isto é, nos últimos 10 a 15 anos, mulheres, incluindo grávidas, infetadas com VIH começaram a receber medicamentos anti-retrovirais para prevenir a transmissão do vírus de mãe para filho. As crianças entretanto nascidas sobreviveram até a adolescência, muitas vezes sem saberem o seu estado serológico.
Em 2014, três em cada cinco mulheres grávidas que vivem com VIH receberam tratamento anti-retroviral para prevenir a transmissão do vírus aos seus bebés.
Uma medida que se traduziu numa redução de 60 por cento no número de mortes relacionadas com a Sida entre as crianças menores de quatro anos de idade, desde 2000.
Estes esforços para eliminar a transmissão de mãe para filho ajudaram a mudar o curso da epidemia para a geração futura de adolescentes.
Factos sobre o VIH
Os dados revelam que, atualmente, entre os adolescentes de 15 a 19 anos de idade:
• 26 novos casos de VIH/Sida ocorrem a cada hora
• Cerca de metade das pessoas infetadas com VIH residem em apenas seis países: África do Sul, Nigéria, Quénia, Índia, Moçambique e Tanzânia.
“Os ganhos obtidos na prevenção da transmissão de mãe para filho são louváveis, e devem ser celebrados”, acrescentou Craig McClure , “mas investimentos imediatos são necessários para obter tratamento para salvar a vida de crianças e adolescentes que são portadores do vírus.”
No dia 1 de dezembro, o Dia Mundial da Sida é uma oportunidade para aumentar a consciencialização global, relembrar das vitimas da doença e comemorar vitórias, tais como o aumento do acesso a serviços de tratamento e prevenção.
O tema para 2015 é “Acabar com a epidemia de SIDA como parte dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”.
Procedimentos rápidos para acabar com a epidemia de SIDA em 2030
Para que se acabe com a epidemia, a UNAIDS desenvolveu uma lista de procedimentos rápidos para que se atinja um conjunto de metas até 2030:
- 90% de todas as pessoas que vivem com VIH saibam o seu estado serológico
- 90% dos portadores de VIH tenham acesso a tratamento
- suprimir a carga viral de VIH em 90% das pessoas seropositivas
- redução de novos casos de infeções de VIH em 75%
- atingir discriminação zero
Esta abordagem e uma agenda de justiça social que coloque as pessoas em primeiro lugar e garanta que seus direitos sexuais e reprodutivos sejam plenamente respeitados e cumpridos é a resposta para acabar com a epidemia da Sida.
1 de dezembro de 2015, UNRIC Portugal