Mensagem do Secretário-Geral para o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano , 30 de novembro de 2015

A celebração do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano acontece numa altura em que a segurança e esperança são baixas.

Uma onda de violência composta por ataques atrozes, esfaqueamentos, tiroteios e ataques de veículos causam imenso sofrimento, tanto entre famílias israelitas como palestinianas. Condeno estes ataques e todos os atos de violência. Prosseguem as atividades ilegais de colonização e a violência relacionada com as mesmas, juntamente com demolições de habitações e estruturas palestinianas encaradas como punições. 

As tensões relacionadas com os locais sagrados na Cidade Velha de Jerusalém introduziram uma dimensão religiosa inquietante no conflito. Durante a minha visita à região, no mês passado, sublinhei a necessidade de preservar o status quo no Haram Al Sharif/Monte do Templo, em linha com os acordos entre Israel e Jordânia e o respeito do papel especial da Sua Majestade, Rei da Jordânia como Curador. Saúdo as garantias repetidas do primeiro-ministro Benjamim Netanyahu de que Israel não tem intenções de alterar esse status quo; este compromisso tem que ser acompanhado de ações para neutralizar a situação e restaurar a confiança.

É crucial que os líderes de ambos os lados desempenhem um papel construtivo no sentido de resolver o conflito. Ambas as partes têm que rejeitar declarações públicas inflamatórias.

Reconhecendo os desafios securitários que Israel enfrenta, relembro, no entanto, as autoridades israelitas de que o uso da força – caso não seja devidamente calibrado – alimenta a raiva e frustração. Apelo aos serviços de segurança de Israel para que usem da maior contenção possível, particularmente no uso letal da força.

Os palestinianos sentem uma frustração profunda em relação a uma ocupação que já dura há quase 50 anos. Os israelitas temem pela sua segurança. A falta de um horizonte político para chegar a uma solução de dois Estados encerra o risco de que a situação fique fora do controlo.

A comunidade internacional pode e deve desempenhar um papel maior para quebrar este impasse. O Quarteto do Médio Oriente continua os esforços para preservar a viabilidade de um Estado palestiniano e deve estabelecer condições para um retorno à mesa de negociações que sejam significativas.

A 29 de novembro de 2012, o Estado da Palestina juntou-se às Nações Unidas como “Estado Observador não-Membro”. Hoje, 136 países reconhecem o Estado da Palestina e a sua bandeira está hasteada nas Nações Unidas juntamente com as dos outros Estados-membros. No entanto, estes avanços não são sentidos pelas crianças em Gaza, ou pelos residentes de Nablus, Hebron e Jerusalém Oriental. O que sentem é a falta de esperança relativamente a uma mudança para melhor nas suas vidas e que serão cidadãos de um Estado que lhes garanta liberdade e bem-estar através da paz com os seus vizinhos.

Neste Dia Internacional de Solidariedade, vamos reafirmar o nosso compromisso para trazer a paz justa que os povos de Israel e da Palestina merecem.


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