OMS alerta para necessidade de “repensar as nossas vidas quotidianas”, para travar aumento da diabetes

O número de pessoas que vivem com diabetes quase que quadriplicou desde 1980, atingindo agora 422 milhões de adultos, a maioria dos quais a viver em países em desenvolvimento. Trata-se de um “aumento dramático” que se deve, sobretudo, ao aumento de casos de excesso de peso e de obesidade, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS), a propósito da observância do Dia Mundial da Saúde, a 7 de abril.

Para assinalar o Dia Mundial da Saúde (que celebra a fundação da OMS, em 1948), a agência emite um apelo à ação para travar o aumento desta doença. No primeiro relatório global sobre os diabetes, a OMS sublinha a necessidade de avançar com a prevenção e o tratamento da doença.

Entre as medidas necessárias para combater a doença estão a promoção de comportamentos para reduzir os fatores de risco da diabetes, tais como atividade física regular e dieta saudável. É, também, necessário, fortalecer as capacidades nacionais para ajudar as pessoas com diabetes a receberem o tratamento e o cuidado que precisam para gerir as suas condições.

“Se quisermos fazer qualquer avanço para travar o aumento da diabetes, precisamos de repensar as nossas vidas quotidianas: comer de forma saudável, ser fisicamente ativo e evitar ganhar peso excessivo”, disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS. A responsável acrescenta que, mesmo nos contextos mais pobres, os governos devem assegurar que as pessoas têm a possibilidade de fazer escolhas saudáveis e que os sistemas de saúde são capazes de diagnosticar e tratar as pessoas com diabetes.

A OMS nota que a diabetes é uma doença crónica, progressiva e não transmissível, caraterizada pelos elevados níveis de glicose (açúcar) no sangue. A condição ocorre mais quando o pâncreas não produz uma quantidade suficiente da hormona da insulina (que regula o açúcar no sangue) ou quando o corpo não pode, efetivamente, usar a insulina que produz.

 

Principais conclusões do relatório global da OMS sobre os diabetes

1. O número de pessoas a viver com diabetes e a sua prevalência estão a crescer em todas as regiões do mundo. Em 2014, 422 milhões de adultos (ou 8,5 por cento da população) tinha diabetes, comparado com os 108 milhões (4,7 por cento), em 1980.

2. A epidemia da diabetes tem especialmente maiores impactos, ao nível da saúde e socioeconómicos, em países em desenvolvimento.

3. Em 2014, mais de um em cada três adultos (mais de 18 anos de idade), tinham excesso de peso e mais de um em cada dez eram obesos.

4. As complicações ligadas à diabetes incluem ataque cardíaco, acidente vascular cerebrais, cegueira, insuficiência renal e amputação de membros inferiores. Por exemplo, as taxas de amputação dos membros inferiores são 10 a 20 vezes maiores para as pessoas com diabetes.

5. A diabetes provocou 1,5 milhões de mortes, em 2012. O excesso de glicose no sangue causou 2,2 milhões de mortes adicionais por aumentar os riscos de doenças cardiovasculares e outras.

 

Compromissos globais para reduzir a diabetes

“Muitos casos de diabetes podem ser prevenidos e existem medidas para detetar e controlar esta condição, melhorando as oportunidades das pessoas com diabetes para viverem vidas longas e saudáveis”, diz Oleg Chestnov, diretor-geral assistente da OMS. “Mas uma grande mudança está dependente de uma maior ação dos governos, incluindo através da implementação de compromissos globais para responder à diabetes e outras doenças não transmissíveis”, acrescentou.

FOTO: OMS/P. Brown

Estes compromissos incluem alcançar a meta 3.4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a qual apela à redução até 30 por cento das mortes prematuras por doenças não transmissíveis, incluindo a diabetes, até 2030.

Os governos têm, também, de se comprometer a alcançar quatro compromissos nacionais com prazo estipulado no “Documento Final sobre as Doenças não Transmissíveis” da Assembleia-Geral da ONU, de 2014, e atingir as nove metas globais definidas no “Plano de Ação Global para a Prevenção e o controlo de Dões Não Transmissíveis (DNT)” da OMS, o qual inclui travar o aumento da diabetes e da obesidade.

“Cerca de 100 anos depois da hormona da insulina ter sido descoberta, o “Relatório Global sobre a Diabetes” mostra que os medicamentos e tecnologias essenciais para tratar a diabetes, incluindo insulina, estão, geralmente, disponíveis em apenas um em cada três dos países mais pobres do mundo”, revelou Etienne Krug, diretor do Departamento da OMS para a Gestão das DNT, Deficiência e Prevenção de Lesão.

“O acesso à insulina é uma questão de vida ou de morte para muitas pessoas com diabetes. Melhorar o acesso à insulina e aos medicamentos para as DNT, em geral, deve ser uma prioridade”, concluiu.

7 de abril de 2016, Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC


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