OMS: aumento “alarmante” de casos de sarampo na Europa

A Europa está a registar um “aumento alarmante” de casos de sarampo, alerta a Organização Mundial de Saúde.

Em 2003, foram registados 42.200 casos de sarampo em 41 Estados-membros da Região Europeia da OMS, um valor bastante mais elevado dos 941 casos notificados em todo o ano de 2022. O aumento de casos acelerou nos últimos meses e espera-se que a tendência ascendente continue se forem tomadas medidas para evitar uma maior propagação.

“A vacinação é a única forma de proteger as crianças desta doença potencialmente perigosa. São necessários esforços urgentes de vacinação para travar a transmissão e prevenir uma maior propagação”, explicou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Henri P. Kluge.

Crianças particularmente em risco

O sarampo é uma doença grave, altamente contagiosa e transmitida pelo ar, causada por um vírus que se propaga facilmente quando uma pessoa infetada respira, tosse ou espirra. Pode causar doenças graves, complicações e até morte. A doença pode afetar qualquer pessoa, mas é mais comum em crianças. Os sintomas incluem febre alta, tosse, coriza e erupção cutânea por todo o corpo.

A OMS afirma que o ressurgimento do sarampo é em grande parte atribuído a um retrocesso na cobertura vacinal. Na Região Europeia da OMS, mais de 1,8 milhões de crianças não foram vacinadas contra o sarampo entre 2020 e 2022.

A pandemia da covid-19 fez com que muitas crianças não fossem vacinadas, devido a perturbações na cadeia de abastecimento, ao desvio de recursos para os esforços de resposta à covid-19 e aos confinamentos que limitaram os serviços de imunização. A desinformação sobre a segurança das vacinas também levou a um declínio na cobertura vacinal global.

Em Portugal foram já detetados 3 casos, todos importados.

“São necessários esforços urgentes de vacinação para interromper a transmissão e prevenir uma maior propagação. É vital que todos os países estejam preparados para detetar rapidamente e responder atempadamente aos surtos de sarampo, o que pode pôr em perigo o progresso no sentido da eliminação do sarampo”, afirmou o líder do escritório da OMS para a Europa.

A vacina contra o sarampo é administrada isoladamente ou frequentemente combinada com vacinas contra a rubéola e/ou varicela.

Vacinas salvam vidas

A vacinação contra o sarampo é segura e económica e já evitaram 56 milhões de mortes entre 2000 e 2021.

As crianças devem receber duas doses da vacina para garantir que estão imunes. A primeira dose é geralmente administrada aos nove meses de idade em países onde o sarampo é comum e aos 12-15 meses em outros países. Uma segunda dose deve ser administrada mais tarde na infância, geralmente aos 15–18 meses.

A vacina contra o sarampo é administrada isoladamente ou frequentemente combinada com vacinas contra a rubéola e/ou varicela.

Saiba mais:

Ficha informativa sobre o sarampo da OMS


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