A Organização Mundial da Saúde (OMS) mobilizou 510 mil doses de vacinas contra a cólera oral (OCV) para serem administradas em cerca de 250 mil pessoas deslocadas no Iraque. A iniciativa insere-se num esforço para reduzir o surto de cólera atual que ameaça se espalhar para os países vizinhos.
De acordo com um comunicado de imprensa emitido pela OMS, a campanha de duas doses faz parte da primeira fase de uma estratégia para a prevenção de transmissão em áreas de alto risco e dessa forma evitar o surto de cólera em grande escala, potencialmente nos 62 campos de refugiados e entre pessoas deslocadas internamente.
A agência da ONU informou que a preparação para a campanha já atingiu a sua fase final em 14 províncias e acrescentou que a mesma irá começar com uma fase inicial de vacinações durante a primeira semana de novembro seguida por uma segunda fase de doses, que irá completar o período de vacinação.
A OMS sublinhou que a campanha só será eficaz se a segunda dose for administrada juntamente com uma mobilização social direcionada, melhorias logística de campanha e na educação sobre o sistema de saúde. A organização também afirmou que, para garantir que todos estejam imunes da cólera, todos os membros de uma família acima de um ano de idade deverão ser vacinados.
Segundo a OMS, as vacinas são eficazes e podem proteger 85 por cento dos indivíduos a curto prazo e 65 por cento ao longo de 5 anos com um bom perfil de segurança.
A agência da ONU afirmou também que dados demonstram que a alta cobertura de vacinação na população-alvo pode resultar numa redução significativa da transmissão de doenças nas comunidades vacinadas.
O surto de cólera no Iraque teria começado em 15 de Setembro de 2015, segundo a OMS. Além disso, a agência afirmou que de acordo com as estatísticas do Ministério da Saúde (MS), já existem 2173 casos confirmados de cólera com duas mortes em 15 das 19 províncias.
A OMS afirmou ainda que o Ministério da Saúde do Iraque decidiu começar a campanha de vacinação no início de outubro de 2015 de forma a evitar um surto de cólera potencial nos campos e também complementar as medidas de prevenção existentes.
No entanto, a organização observou que o número de casos de cólera tem vindo a diminuir nas últimas 2 semanas, embora algumas das províncias nas regiões centrais e do sul ainda tenham casos confirmados da doença.
De acordo com a agência da ONU, nos últimos 7 dias, apenas um caso confirmado de cólera foi relatado a partir das províncias do norte que incluiem Kirkuk, Erbil, Dahuk e Suleimaniyah.
A OMS disse que tem apoiado o Ministério da Saúde e parceiros “para intensificar as intervenções contra cólera, incluindo o estabelecimento de mecanismos de coordenação C4, o reforço da vigilância e alerta precoce, a melhoria de práticas na gestão de casos, o monitoramento e cloração da qualidade da água e saneamento e práticas de higiene nas áreas de alto risco, incluindo o posicionamento de meios informativos e suprimentos contra o risco de cólera em lugares estratégicos “.
Por último, a agência da ONU disse ter mobilizado epidemiologistas da sede e escritório regional, bem como especialistas desde que o surto foi confirmado, a fim de assegurar e garantir que a vigilância eficaz, gestão de casos e controle de infeção e apoio laboratorial estão disponíveis.
A OMS acrescentou que doou suprimentos médicos adequados para o Ministério da Saúde e facilitou a distribuição dos mesmos para instalações de tratamento em todo o país.
03 de novembro de 2015, Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC