ONU e parceiros precisam de 550 milhões de dólares para ajudar refugiados e migrantes

Sem previsão de redução do fluxo de pessoas a chegarem à Europa, em fuga dos conflitos no Médio Oriente e noutras regiões, duas agências das Nações Unidas e os seus parceiros apelam a um donativo de 550 milhões de dólares que permita dar uma resposta humanitária contínua em 2016.

“É claro que esta emergência humanitária irá continuar, pelo menos em 2016, requerendo uma resposta consistente em toda a Europa, coordenada com as políticas governamentais e complementada com as intervenções humanitárias”, afirmou, em comunicado, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).

“A diversidade destas pessoas em movimento, incluindo jovens e idosos, homens e mulheres, famílias, vítimas de violência por tráfico ou género e pessoas de diferentes nacionalidades e origens, traduz diferentes necessidades básicas de acordo com as suas próprias vulnerabilidades. E este cenário representa mais um desafio de sobrecarga para as autoridades”, refere ainda o comunicado.

Grécia receberá maioria dos fundos

Cerca de metade dos fundos será alocada para enfrentar a situação na Grécia, que tem suportado o peso de um fluxo que já ultrapassa um milhão de refugiados e migrantes que deram entrada na Europa, através do Mediterrâneo, no último ano. Destas pessoas, meio milhão são sírios que fugiram da guerra no seu país. As outras duas nacionalidades mais presentes são afegã (20%) e iraquiana (7%).

O ACNUR e 65 outras organizações juntaram-se ao apelo da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

 Adrian Edwards, porta-voz da ACNUR, afirmou que as operações humanitárias em 2016 irão concentrar-se nos locais de chegada destas pessoas, incluindo o processo de identificação das que se encontrem em risco elevado.

Outras medidas, integradas no Plano de Resposta Regional aos Refugiados e Migrantes, vão permitir melhorar a resposta a nível de registo, abrigo, água, saneamento, o reforço da capacidade das equipas presentes na linha da frente, bem como da guarda costeira, guarda de fronteira, polícia e apoio às comunidades afetadas. Também serão abrangidas medidas com vista à realocação e reinstalação dos migrantes e refugiados.

O deslocamento global forçado já alcançou um recorde de cerca de 60 milhões de pessoas, afetando, cada vez mais, os países do Norte Global. Cerca de 850 mil dos mais de um milhão de refugiados e migrantes que chegaram à Europa, em 2015, por via marítima (da Turquia para a Grécia), tendo pelo menos 3,735 morrido afogados. Um pequeno número de pessoas entrou na Europa através da Itália, vindos do Norte de África.

Muitos dos que chegam à Grécia continuam depois viagem pelos Balcãs, em direção à Áustria, Alemanha, Suécia e outros países.

 Veja o vídeo abaixo com entrevista a Filippo Grandi, Alto-Comissário da ONU para os Refugiados (clique nas opções para obter as legendas em Português)

28 de janeiro de 2016,Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC


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