ONU propõe lançamento aéreo de ajuda humanitária na Síria

Quando o comboio de ajuda humanitária de várias agências da Organização das Nações Unidas (ONU) completou a entrega de ajuda humanitária a mais de 80 mil sírios, em cinco cidades sitiadas, o Enviado Especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, afirmou que a ideia de um lançamento aéreo deste tipo de ajuda para as localidades que ainda estão fora de alcance “se tornou uma proposta muito concreta”.

“Estamos satisfeitos com o facto da assistência humanitária estar a ser disponibilizada a 82 mil pessoas”, disse Staffan de Mistura, aos jornalistas, em Genebra (Suíça), no seguimento de uma conferênciaem do Grupo Internacional de Apoio à Síria (GIAS), composto pela Liga Árabe, União Europeia, Organização das Nações Unidas e outros 17 países.

É a segunda vez, desde a semana passada, que o Enviado Especial debate, com os representantes do GIAS, temas ligados ao acesso humanitário. Apesar de a ajuda já estar a ser entregue em algumas áreas sitiadas da Síria, graças à cessação das hostilidades, decidida, na passada semana, em Munique (Alemanha), é apenas o “início da tarefa”, disse Jan Egeland, conselheiro especial de Staffan de Mistura.

“Debatemos a próxima fase, que consiste em chegar a todas as áreas sitiadas da Síria e devemos estar disponíveis para fazê-lo antes da próxima reunião, que terá lugar já na próxima semana”, informou Jan Egeland, na qualidade de co-presidente do grupo de trabalho sobre o acesso humanitário, estabelecido pelo GIAS.

“Também esperamos fazer progressos no alcance das pessoas mais pobres dentro de Deir ez-Zor, que está sitiada pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, também denominado por ISIS/Daesh. Este alcance apenas pode ser feito através do lançamento aéreo e o Programa Alimentar Mundial tem, agora, um plano concreto para fazê-lo. Muitos dos Estados-membros apoiam a operação e este é, provavelmente, um dos muitos casos em que os representantes da Rússia e dos Estados Unidos tiveram uma excelente cooperação”, acrescentou Egeland.

O principal objetivo é chegar “aos milhõesde pessoas que se encontram em áreas de difícil acesso”, incluindo Alepo. O Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) reportou, esta quinta-feira, a continuidade de combates intensos, inclusive através de bombardeamentos aéreos. Estima-se que, desde o inicio do mês, cerca de 70 mil pessoas foram deslocadas de Aleppo, Idlib e Daraa, devido às hostilidades em curso.

“Esperamos que os Estados-membros que constituem o GIAS continuem a ajudar-nos, tal  como fizeram o governo e os grupos opositores, para que possamos progredir no acesso à população síria,que há muito tempo esperam por alívio e em relação às quais temos falhado, de muitas maneiras, enquanto comunidade internacional”, disse o Assessor Especial.

Por seu lado, Jakob Kem,  Chefe do Programa Alimentar Mundial na Síria, disse que a entrega de ajuda, esta quarta e quinta-feiras, representam um “grande avanço humanitário”, mas salientou que “um único e esporádico comboio de ajuda apenas pode providenciar alívio temporário para pessoas com fome e desesperadas”.

“As pessoas precisam comer todos os dias”, disse Kern, numa conferência de imprensa. “Esperamos poder continuar com estas entregas, levando alívio às pessoas mais vulneráveis em todas as partes do país”, acrescentou. 

15 de fevereiro de 2016, Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC


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