ONU quer recolher 20,1 mil milhões de dólares para ajuda humanitária

O sofrimento humano a nível mundial atingiu níveis nunca vistos nas últimas décadas e os fundos são cada vez mais exíguos, pelo que a ONU apelou à doação de 20,1 mil milhões de dólares para utilizar em projetos de ajuda humanitária, em 2016.

Em todo o mundo, são já 60 milhões as pessoas que foram forçadas a fugir das suas casas, um nível que não se registava desde a Segunda Guerra Mundial, e metade delas são crianças.

“Conflitos e desastres levaram milhões de crianças, mulheres e homens ao limite da sobrevivência. Precisam desesperadamente da nossa ajuda”, disse o sub-secretário-geral para os Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência das Nações Unidas, Stephen O’Brien, numa sessão em Genebra, hoje, onde foi também lançado o relatório Panorama Humanitário Global para 2016.

Para 2015, a ONU tinha apelado à comunidade internacional que doasse 19,9 mil milhões de dólares, tendo recebido apenas 9,7 mil milhões (49%).

Para 2016 são pedidos 20,1 mil milhões de dólares para tentar salvar as vidas de mais de 87,6 milhões de pessoas, em 37 países, a maioria dos quais mergulhados em conflitos.

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Conflitos geram milhões de refugiados

Os “brutais e prolongados” conflitos na Síria, Iraque, Sudão e Iémen do Sul estão no topo dos casos que vão exigir ajuda humanitária prolongada em 2016, porque alimentam contínuos deslocamentos de pessoas.

“As agências da ONU e os seus parceiros estão empenhados em fazer todo o possível para responder rápida e eficazmente às necessidades urgentes das pessoas afetadas, famílias e comunidades”, disse O’Brien, que dirige o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

“Eles contam com todos nós para terem um futuro. Exorto a comunidade internacional a responder generosamente ao nosso apelo para um nível financiamento que nos permita fazer o nosso trabalho”, acrescentou.

O apelo é o culminar de um esforço global em que centenas de organizações se reúnem para avaliar as necessidades para 2016 e decidir as estratégias de resposta ao nível de alimentos, abrigo, remédios, proteção, educação de emergência e outra assistência básica para as pessoas em regiões de conflitos.

“O movimento em massa de pessoas, quer se trate de refugiados ou de pessoas que se deslocam no interior dos próprios países para fugir da violência, tornou-se a nova realidade definidora do século XXI”, disse o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres..

“O sistema humanitário internacional é muitas vezes a única rede de segurança que existe para pessoas que fogem das guerras. Tem que ser financiado numa escala que é realista e consentânea com os imensos desafios de hoje. É claro que o atual nível de recursos não permite fornecer nem sequer o mínimo necessário para salvar vidas e garantir a proteção das pessoas necessitadas”, acrescentou Guterres.

 

 7 de dezembro de 2015,Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC


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