Pacto climático da ONU impulsiona ação sobre as novas metas de sustentabilidade

Num momento decisivo para a cooperação internacional, os líderes políticos, empresariais e da sociedade civil vão à sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, para prometer a rapidez na implementação da nova Agenda 2030 de Desenvolvimento e do histórico Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas.

“A partir de uma perspetiva histórica será um dia excecional para as Nações Unidas, disse, recentemente, Selwin Hart, Diretor da Equipa de Apoio ao Secretário-geral da ONU sobre as Alterações Climáticas, referindo-se ao dia 22 de abril, em que são esperados os líderes de mais de 160 países  na sede da ONU para assinar o Acordo de Paris, adotado, no passado mês de dezembro, na Conferência da ONU sobre as Alterações Climáticas (COP21).”

O evento é antecipado, esta quinta-feira, por um Debate Temático de Alto Nível sobre como Alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), um conjunto de 17 objetivos para erradicar a pobreza e combater a desigualdade e as alterações climáticas, ao longo dos próximos 15 anos. Estas são as bases da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotadas pelos estados membros da ONU, em setembro passado.

 

Agenda e Acordo “de maõs dadas”

Em conferência de imprensa, David Nabarro,  Conselheiro Especial do Secretário-geral sobre a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e as Alterações Climáticas, disse aos jornalistas que a assinatura do Acordo de Paris é crucial, na medida em que progredir em relação às alterações climáticas é central para os esforços abrangentes requeridos para alcançar os ODS.

“A maioria das pessoas que olham para a situação global diz que se nós não tivermos sucesso em manter o mundo num aumento abaixo dos 2º C, então será muito difícil concretizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, alertou. “Implementar o Acordo de Paris é importante para promover a prosperidade, melhorar o bem-estar das pessoas e proteger o ambiente”, concluiu.

O principal objetivo do acordo universal é manter o aumento da temperatura global, este século, bem abaixo dos 2º C e levar a cabo esforços para limitar o aumento de temperatura ainda para além dos 1,5º C acima dos níveis pré-industriais.

Foto cortesia da Organização Meteorológica Mundial

Esperado recorde de assinaturas

O acordo irá entrar em vigor 30 dias após, pelo menos, 55 países, contabilizando 55% das emissões globais de gases de efeito estufa, terem depositado os seus instrumentos de ratificação ou aceitação junto do Secretário-geral.

Selwin Hart anunciou que aproximadamente dez países, na sua maioria pequenos Estados insulares, irão assinar e ratificar o documento. No que se refere aos principais emissores de gases efeito de estufa, o funcionário da ONU disse que a China e a Índia pretendem ratificar o documento em 2016, um anúncio feito, recentemente, numa declaração presidencial conjunta.

“Então, [estamos] a ganhar ímpeto para uma entrada em vigor antecipada do Acordo”, sublinhou Selwin Hart, realçando que gerar este impulso é um dos objetivos-chave do chefe da ONU neste evento, seguido da vontade de demonstrar que todos os segmentos e setores da sociedade e a “economia real” estão a mobilizar-se no apoio de uma ambiciosa ação.

Entretanto, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC) – a entidade da ONU que lidera as negociações climáticas – destacou que poderá alcançar-se um número recorde de países na cerimónia de assinatura. “É um momento crítico num esforço global para garantir esperanças duradouras para o desenvolvimento humano seguro e pacífico”, disse Christiana Figueres, a secretária-executiva da CNUAQ.

“Mais carbono na atmosfera equivale a mais pobreza”, referiu, ainda, Christiana Figueres. “Não podemos alcançar o desenvolvimento sustentável sem combater as alterações climáticas e não podemos combater as alterações climáticas sem abordar as causas profundas da pobreza, desigualdade e padrões de desenvolvimento insustentável.”

De acordo com os novos registos da ONU, o maior número de países a assinar um acordo internacional, num único dia, foi alcançado em 1982, quando 119 países assinaram a Convenção das Nações Unidas sobre a Lei do Mar. Espera-se que o Acordo de Paris ultrapasse este recorde e assegure, tão rápido quanto possível, que uma transformação global massiva na direção a um futuro sustentável, para todas as pessoas, em todo o lado.

21 de abril de 2016, Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC


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